The Choice
I
Fevereiro. Primeiro dia de aula para . E a mãe dela não parava de tomar cuidados exagerados, como se fosse o primeiro dia de aula dela na vida e não numa escola nova!- Mãe! - disse - É só uma escola nova, no ensino médio mãe!
- Mas está tudo ai mesmo? - Perguntou a Senhora - Não quer que eu te leve até a sala não?
- Pelos deuses mãe, não faça isso! É meu primeiro dia numa escola nova!
- Tudo bem... Tudo bem...
deu uma olhada em volta e viu uma amiga conversando.
- Encontrei a ! Tchau mãe!
- Quer que eu venha...
- Relaxa mãe, vai dar tudo certo! Eu não vou morar na escola! - se despediu da mãe com um beijo e foi ao encontro de sua amiga .
mal podia acreditar que tinha conseguido uma bolsa no Colégio Buggard que era um colégio caro, elogiado e mais incrível de todo o estado.
- Qual é a sua primeira aula? - perguntou
- Química... - respirou fundo e colocou as mãos no bolso
- Boa sorte! Tomara que pegue o Sr. Thomas! Dizem que ele é muito legal! Eu fiquei com a Tânia, dizem que ela é o cão.
- Boa sorte! - elas riram. O sinal tocou e cada uma foi assistir suas aulas, na sala de aula pois ia ter aula de literatura e no laboratório.
Ao chegar ao laboratório, e os demais alunos foram recebidos pelo professor Thomas animadamente. Ere era bem Jovem, devia ter dentre 28 e 33 anos.
- Vamos! Vamos! Entrem e sejam bem-vindos! Em cada cadeira tem um nome ache o seu e fiquem a vontade - Não muito longe achou o dela e se sentou, pouco tempo depois um garoto sentou-se ao lado dela. Ela queria puxar assunto com ele mas não sabia como começar.
- Bom, se apresentem a pessoa ao teu lado, a partir de hoje ela vai ser sua parceira de laboratório. 30 minutos para se conhecerem!
Agora era evidente que ela devia falar com ele, só que ela não queria deixar má impressão para ele nem o restante da turma, afinal era nova na escola. O professor ia de mesa em mesa ajudando os alunos a se interagirem.
- Oi, meu nome é ! - Ela foi surpreendida pelo garoto ao lado dela.
- Oi! Ha... meu nome é ! Prazer!
- É meu! - ele sorriu amistoso - então, nova na escola?
fez que sim.
- É uma escola muito grande, maior do que minha última escola.
- Adoraria te mostrar o colégio!
- Claro! - sorriu para ele e o professor se aproximou deles.
- ! Bem vinda a Classe de Química do 1º ano! Espero que esteja gostando da escola
- Nada a reclamar até agora, Sr. Thomas!
No Intervalo, encontrou com no pátio e juntas foram para o refeitório onde pegaram seus lanches e se dirigiam para sentar com alguém que havia chamado a .
- Aquela é a , vamos sentar lá? - Disse
- Claro, só deixa eu pegar um suco de uva, vai indo na frente.
- Beleza! - foi se sentar com as meninas e a foi pegar um suco de uva, ela o abriu e começou a toma-lo olhando pra caixinha e andando para a mesa (n.a. garota retardada!) em menos de 5 paços "buum" se esbarrou com uma garoto derramando todo o suco no colete do uniforme a Buggard.
- Oh, me desculpe! Me desculpe de verdade! - dizia o menino com quem ela havia se esbarrado. Ele estava nervoso tentando juntar as coisas que caíram.
- Não, não precisa... acontece não é! - tentou ser a mais simpática que pode, na verdade ela não havia ficado zangada com ele, e também não gostou da cor salmão do colete do uniforme.
- Nossa, eu manchei teu colete, me desculpa!
- Tudo bem! Olha... - Ela tirou o colete - problema resolvido! - E sorriu para o menino o deixando corado - Eu vou para a minha mesa.
- Quer que eu pague outro suco, é o mínimo que eu...
- Sério, tudo bem. Não precisa! Obrigada por ser tão gentil!
E com isso ela foi se sentar à mesa com a amiga. Em todo o caminho o garoto a olhava como se certificasse que ela chegar até lá bem esse isso não acontecesse ele iria ajuda-la.
- Tudo bem, ? - Perguntou assim que a amiga se sentou.
- Tudo sim... nada de mais! - pegou uma maçã e mordeu.
- , essas são e , elas são da minha turma de Literatura.
- Olá! - disseram elas fazendo coro e depois riram do que fizeram.
- Oi meninas!
- Você tem noção em quem você se esbarrou? - perguntou .
- Num garoto? Aliás ele é muito fofo não é? - Ela deu mais uma mordida na maçã e olhou para as meninas que estavam a sua frente e viu que a expressão delas tinha mudado.
- E é meu namorado! - Elas viraram para trás e firam 3 garotas de pé atrás delas. Pareciam ser as meninas que mandavam no colégio, ou achavam isso. - e espero não te ver perto dele de novo.
- Hey! Meninas, acalmem-se foi só um acidente, eu não vou roubar teu namorado que nem sei o nome.
- Que ótimo! E acho com continuar assim. - As meninas foram para o outro lado do pátio
- Garota doida! - soltou assim que elas se afastaram
- Ela é a , aquelas são as amiguinhas dela Kelly e Jane. - disse
- Elas me atormentaram o Fundamental todinho! Espero que esse ano elas nem me notem! - fez uma carinha triste ao lembrar do ano anterior
- O nome do cara que você se esbarrou - dizia - se chama . Ele é um cara legal, só que é o tipo de cara legal que namora a garota chata e enjoada. Tive aula de matemática com ele no 3º tempo - Tocou o sinal - que continua agora... Beijos meninas!
- Até a saída! - disseram as três
- Bom, gente, eu já vou - Falou - Aula de educação física agora.
II
As aulas antes do intervalo terminam e não estava gostando muito da aproximação de com , que riam e conversavam sobre a falta de habilidade dos dois em matemática e quem havia ensinado a ela sobre conjunto era a mãe. tocou o ombro de e assim, fez com que ela se despedisse que
- Oi! - disse ela para .
- Então, eu posso te mostrar Buggard hoje?
- Claro! Vamos guardar nossas coisas nos armários e me mostre toda a escola! - E assim fizeram. Ele mostrou toda a escola a ela. As quadras de esportes, o ginásio onde acontecia os jogos importantes e as comemorações da escola, além das festas. Mostrou também as salas superequipadas do colégio. ficou encantada com toda a escola, a antiga escola dela não tinha 1/4 do que aquela tinha e sabia que pra isso teria que trabalhar muito para tirar boas notas e continuar na Buggard
- Essa escola é tão grande! Eu nunca imaginei que fosse tão incrível assim.
- Ela ocupa 2 quarteirões, . Se não fosse do jeito que é, poxa... nem sei o que fariam. Vem eu quero te mostrar um lugar muito legal antes de irmos comer - Ele pegou na mão dela e a guiou até umas escadas, era o prédio mais alto do colégio, na parte mais alta. Lá tinha um jardim com vários tipos de flores e alguns bancos espalhados.
- Nossa - se maravilhava - é tudo tão... lindo! - Vem, senta aqui! - Ele a puxou até o banco que tinha uma vista perfeita da cidade.
- Nossa! Dá para ver meu bairro daqui! - eles riram, ela olhou em volta do terraço - parece com aquele filme, "E se fosse verdade" eu adoro aquele filme.
- Aqui foi feito inspirado no filme mesmo. Foi feito inaugurado no dia dos namorados a uns anos atrás, acho que uns 6 anos. Meu irmão disse que deu o primeiro beijo aqui. - eles riram
- Que fofo!
- Enfim - ele se aproximou mais dela e pegou nas duas mãos - Bem-vinda a Buggard. - O olhar deles estava conectado. se encantava com o perfeito sorriso até que o sinal tocou.
- Melhor irmos...
- Vamos!
, e estavam esperando a impaciente e quando ela apareceu no refeitório queriam matá-la.
- Por que demorou tanto? - queixou e olhou para o lado dando um tchauzinho para que se sentava com uns amigos do outro lado do refeitório e a cumprimentava.
- Hum! ! - Disse entrelaçando os dedos.
- O que é que tem, gente? - as olhava incrédula.
- Você está o conquistando? É isso? Vai devagar, mocinha! - soltava risinhos
- Gente, eu não tô entendendo!
- - falava com calma - ... ... vamos parar né?!
- Vocês estão ficando loucas! - deu uma mordida na maçã que estava na bandeja
- Loucas? Você que está deixando esses dois loucos! - zoava. Elas riram. O intervalo havia acabado e as aulas voltaram.
estava no meio da aula de história de pernas cruzadas de tanta vontade de fazer xixi. Ela já tinha feito metade do exercício e quase não aguentava mais. Foi a mesa do professor e pediu para ir ao banheiro e depois de ter a permissão concedida quase correu até este que ficava a umas 3 portas da sala dela. Após sair do box, ela foi lavar as mãos e ajeitou o cabelo no espelho.
- Não adianta tentar melhorar, querida! - olhou para o lado. O que essa menina queria dessa vez?
- Pelo menos eu não desisto como você! - sorriu falsa, não sabia o que havia nela, só não gostava de
- Meu amor, você já olhou para mim? - se aproximou do espelho e ajeitou a franja - Namoro o cara mais gato da escola, sou a garota mais popular, capitã das líderes de torcida. Querendo ou não, querida, não adianta eu querer ser mais perfeita.
- Nossa, não faz mal isso em você não? Qual é o seu problema?
- Honestamente? Você! Você estava com o meu namorado de novo! Eu te disse, se afaste dele.
- E você vai fazer o que? - Antes que se manifestasse ela falou - Nada! Se você que tanto que eu fique longe dele, faça me um favor, deixe-o menos desastrado e mais inteligente em matemática - ela dizia saindo do banheiro. - Assim eu não tenho mais motivo para ficar do lado dele - e saiu do banheiro resmungando o quanto é chata.
Quando chegou em casa, largou as coisas dela só ia chegar a noite, mas hoje era estava mais ansiosa do que nunca. Naquele dia, finalmente a mãe dela iria dizer se ela vai fazer natação ou não. Era o esporte que mais gostava e se sentia carente de atividade física. Quando escureceu a mãe dela chegou em casa. Ela corria descendo as escadas e abraçando a mãe.
- Diga que conseguiu! Diga que conseguiu!
- Boa Noite pra você também, ! Como foi na escola? - a mãe dizia sarcástica.
- Foi ótimo, o colégio é enorme, tem uma garota irritante - ela dizia rápido - Conseguiu?
- Consegui, ! Você entra na quinta!
- Eu te amo, cara! - E abraçou a mãe novamente.
- Cara? Menina, eu sou a sua mãe! Olha o respeito! Cara... Cara...
- Desculpa, mãe... - a soltou e foi para a cozinha
- Tudo bem! Você fez comida?
- Xiiii! - pois a mão na nuca. A mãe dela já a olhava torto. Após notar a expressão riu para a mãe e abriu a geladeira mostrando a comida que ela havia feito de tarde.
- Você não é mole, mocinha! - Elas riram e conversaram enquanto esquentavam o jantar.
III
"Mais um dia cansativo de aula que chega ao fim!" pensou ao chegar em casa. Largou a mochila na cama, ligou o computador e foi para o banheiro tomar um banho, quando terminou, vestiu uma roupa fresca e sentou-se em frente ao computador se conectando na internet e logo acessando todas as redes sociais que tinha. Minutos depois ficou online no Skype e não demorou muito para esta falar com a amiga.
: "Minha linda amiga!"
: "Tá, o que você quer?"
: "Não é bem assim, !"
: "É como então, ?"
: " Ah cara, eu só queria te dizer uma coisa que eu fiquei sabendo..."
: "Sabendo por quem?"
: "Bom, a disse que o Peter falou que o disse que te acha muito gata!"
: "Quem disse o que, que falou o que?"
: " A ... Bom, não interessa! O que importa é que o disse que te acha uma gata"
: "Quem? Eu? ? Acho que ele precisa de óculos!"
: "Foi o que me disseram!"
: "Ele deve ter falado outra coisa. Sabe como é uma coisa passada de boca em boca!"
De repente, recebe uma solicitação no Facebook do . Ela o aceita e eles começam a conversar e minutos depois ela recebe de e o aceita. volta para o Skype para falar com amiga.
: " do céu, não sabe quem acabou de me add no Facebook?!"
: "? ? É eu dei seu facebook para eles"
: " Porque?!"
: "Eles pediram, ora! Eu dei! Tudo bem?"
: "Acho que sim!"
No dia seguinte, nos corredores do colégio. e brigavam novamente. Já era a terceira vez só naquela semana e ainda era quinta -feira! sempre gostou e , mas não era aquilo sério, eles namoravam porque ela pediu e ele não soube dizer não. Ela o pediu em namoro porque, dãa, ele é popular e ela é popular, sendo assim, eles tinham que namorar... Bom, era isso que passava pela cabeça de .
- Se você não fosse tão desastrado... - Ela quase tacava a bolsa no chão de tanta raiva
- Se você não fosse tão mandona! - se segurava para não gritar com ela
- Você só pensa em você! E eu?! - Ela se fez de vitima levando as mãos ao peito apontando para si.
- "E eu?" , eu não acredito no que estou ouvindo! Ontem mesmo eu me desloquei da minha casa achando que você tinha se machucado pela birra que você fez no telefone, e quando eu cheguei na tua casa, a tua unha tinha quebrado!
- Eu passo por sérios problemas, ! - Ela quase gritava com ele, ela não queria escândalos com o nome dela, mesmo não tendo ninguém no corredor.
- Sendo a popular da escola? A mimada riquinha? - cuspiu as palavras num impulso.
- Você está me magoando! Como pode dizer isso pra mim! Depois de tudo que passamos juntos! - ela abaixou a cabeça visivelmente abalada, chegou a levar a mão ao olho esquerdo para enxugar uma lágrima.
- Desculpa ... E-Eu não queria te magoar... - falava manso - vem cá? - Ele estendeu os braços para que ela o abraçasse, ela não hesitou em não abraça-lo. Após colocar a cabeça no ombro de olhando atrás dele, viu entrar. Um sorriso maléfico brotou nos lábios dela. O que ela tinha contra a pobre da ? Para ela era uma pedra no caminho do "namoro perfeito" dela ou talvez, seria só mais uma garota do colégio que ela iria se "divertir".
beijou quando passava por eles. Esta apenas olhou como se fosse apenas mais um casal se beijando no corredor, mas no fundo, sentiu uma pontada de ciúmes.
- ! - Ela desviou o olhar do casal e olhou pra o garoto que a chamava mais a frente. Era com o jeito meigo dele de sempre. Ela correu até ele e o abraçou. - Vem, a gente tem aula de Física juntos!
- Oh não, Física! - Ela lamentou.
- Relaxa, eu te ajudo! - e foram para a sala de aula e encontraram , amigo de .
- Fala cara! - Cumprimentou o amigo.
- E aê?! - Eles deram um aperto de mãos. - Essa é a - Ela deu um pequeno aceno e se sentou.
se acomodou e arrumou o material para a aula. E enquanto o professor não chegava, ela escrevia na ultima folha do caderno. Mas algo tirou a atenção dela, era . Ele olhava estranho para ela, como se tivesse ciúmes e para piorar, cochichou algo no ouvido dela e com isso ela riu. Enquanto apertou ainda mais a mão da namorada fazendo essa reclamar.
Mas o que tinha dito a ela era que o professor de física parece um boneco de Olinda gravido e foi apenas por isso que ela riu. Mas não sabia e com isso ele ficou mais que enciumado. O professor entrou na sala e todos param para prestar atenção e o resto do dia rolou tudo tranquilo. Tranquilo até às 16h.
Às 15h, foi para a natação que tanto almejava e implorava para a mãe. O médico queria que ela fizesse um exercício não é? Pra ela tinha que ser natação!
Depois de todos os testes e procedimentos para saber se ela estava apta a fazer a atividade e como seria a atividade ela foi colocar o maiô e assim foi fazer as atividades que as cumpriu com perfeição. No fim de tudo, às 15:55 havia acabado a aula naquela quinta a tarde, ela saiu da piscina e ia para o vestiário se trocar. E exatamente às 16h ela viu de um jeito que ela não esperava ver tão cedo!
Ele bagunçava o cabelo saindo do vestiário com uma bolsa num ombro e uma toalha no outro. Ele estava apenas com a sunga e a touca de natação nas mãos. parou, de repente e sem querer e o encarou e ele quando olhou para frente, para ela, obteve a mesma reação.
- Hã... O-oi - disse nervosa e envergonhada.
- Oi, ... - ele sorriu que a quase fez suspirar. Com uma grande força de vontade ela caminhou para o vestiário, sem querer olhou para trás e a viu entrar no vestiário feminino.
"Ela é, realmente, muito gata", pensou.
Quando entrou no box do banheiro encostou-se na parede e se permitiu suspirar, e beem fundo!
- Nossa, ele é tão... tão... nossa! - se abanava com a mão e deixou a água cair sobre o corpo dela tirando o cloro da piscina.
IV
O fim de semana chega, e a não tinha nada para fazer. Era sábado de tarde e nem dever de casa do professor chato de geografia tinha passado tinha para ela fazer. Ela estava sentada na cama de seu quarto com lendo um livro do Rick Riordan quando o celular tocou.
- Fala! - Atendeu animada
- Quer se divertir um pouco esse fim de semana? - Não era quem ela esperava no telefone. No visor estava escrito "", mas era uma voz masculina que falava com ela.
- Quem está falando? - perguntou
- Lembra daquele garoto atrapalhado que você esbarrou no refeitório? Aquele garoto que você explicou matemática?
- Aham - concordou já sabendo quem era
- Então é ele! - não conseguiu não esboçar um sorriso.
- ... por que você está com o celular da ?
- Ela me emprestou - disse simplesmente - A gente está na praça. A disse que dá pra você vir andando e disse para largar esse livro e vir pra cá. Qual livro?
- Um do Rick Riordan...
- VEM PRA CÁ AGORA, MOCINHA! - vocês riram no telefone.
- Já estou indo...
O caminho realmente não era muito longo. Depois de deixar um bilhete para a mãe de onde estava na porta da geladeira, ela pegou o celular, pôs no bolso e em 15 minutos estava abraçando a melhor amiga
- Você é maluca! - sussurrou no ouvido de enquanto a abraçava
- Ele me obrigou! - sussurrou de volta se defendendo. Soltaram do abraço e logo foi abraça-la
- Oi! - "Uau... Ele me abraçando. Agora aquela maluca vai querer arrancar todos os pelos do eu corpo" pensou .
- Ela não tá aqui, então, relaxa Ok? - Ele deu um beijo na bochecha dela e todos sentaram no gramado da praça.
- Me arrastaram da minha casa até aqui, o que querem? - questionou aos risos
- Te fazer parar de ler aquele livro! - respondeu , de imediato.
- Me fala do livro do Tio Rick! Qual você está lendo? - virou se para ela e segurou as mãos da menina. O coração dela pareceu querer sair do peito com o gesto.
- Eu estou lendo a Marca de Atena... - Respondeu com a voz quase falhando.
- Não vou te dar Spoiler, mas você vai chorar! Eu chorei! - Eles riram
- Ele mata alguém? - ela perguntou de imediato
- Não... vou te dar spoiler, mocinha!
- Será que eles só sabem falar nisso? - Perguntou , amigo de .
- Só falta ela perguntar...
- De qual deus você é filho? - Os olhos de brilhavam, só não se sabia anda se era por que ele era um semideus, ou se ele estava mexendo com o coraçãozinho dela.
- De Apolo e você? - O sorriso de era largo.
- Atena! Você é o primeiro semideus que eu conheço! Me abraça? - O pedido saiu espontaneo, ela nem havia notado no que tinha dito, mas quando sentiu o cheiro do nada mais importava. Ela estava de olhos fechados o abraçando forte e ele a segurava firme pela cintura.
- Para vocês dois e se interajam! Olhem, as meninas estão chegando com os lanches! - Disse , já impaciente.
O resto da tarde havia sido divertida. e conversaram mais sobre mitologia e Rick Riordan, os repreendeu junto com , Claro! Brincaram na praça feito crianças, sem se importar com a idade que tinham, brincaram de jogos mais adolescentes como verdade ou consequência. foi obrigado a morder o lóbulo da orelha de que ficou toda arrepiada e os amigos a zoaram muito. E a diversão durou até as 10h da noite quando a mãe de cada um mandou a típica sms "Você vai morar na rua? Não tem casa mais não?!" ou "Se não entrar agora, vai dormir na rua!". Mães, sempre uns doces de pessoas!
Na segunda, chegava na escola como sempre, indo até o armário e jogando a bolsa de lado dentro deste.
- AAH, eu ainda vou quebrar meu ombro com essa bolsa... - reclamou, ele.
No fim do corredor, viu estava na porta da sala conversando com segurando um caderno nos braços. Pegou uns livros do armário, colocou duas canetas, um lápis e a borracha no bolso da calça e foi para a sala onde ela estava.
- ! - cumprimentou ele - Tudo bom? - ela assentiu
- E com você? - ela perguntou gentil
- Tudo bem! - Ele respondeu e sorriu, deu um beijo no rosto da e ficou do lado de fora conversando com as meninas.
Mas como tudo que é bom dura pouco, eis que surge da sala de aula. Ela devia estar se maquiando, pois ainda estava com o gloss na mão.
- Amorzinho! Você já chegou! - Ela olhou esnobe para e beijou
- Darling... a gente está na escola... as meninas estão aqui...
- Acho tão fofo quando você me chama de Darling! - Ela nem deu importância para o que ele havia dito e voltou a beija-lo
- Eu 'tô indo ... - se despedia .
- Tudo bem... Boa aula!
No Laboratório, teve um pouco de paz, não só paz como alegria. Oh aula divertida era aquela! Ainda mais com de parceiro, que mesmo com o professor maravilhoso que era o senhor Thomas, ela não conseguia entender bulhufas do que acontecia nas aulas de química, mas parecia um químico profissional, isso aos olhos dela.
Fizeram o trabalho de aula juntos: Ele dava as instruções e explicava as funções dos produtos e ela anotava cada dado que era utilizado no projeto. No fim, acabaram recebendo a nota máxima, pela organização e pela eficiência do trabalho.
- 4 pontos assim! - Dizia, , animada.
- 4 pontos a menos para me preocupar!
- Mas você é um gênio da química! - Elogiou.
- Vou me sentir um nerd agora... - ele fez bico e ela o abraçou. notou o quão doce ela era e a abraçou com mais força. Naquele momento ele deu razão ao coração de bater mais forte por ela. Eles se soltaram e se sentaram novamente.
- Pizza no almoço para comemorar? - sugeriu
- Mal posso esperar!
V
Terça-Feira. Pátio da Buggard. Hora do intervalo. conversada animadamente com sobre um assusto que não conseguia ouvir, mas deixava com que ele odiasse muito aquela conversa. Virava e mexia alisava o braço dela ou a tocava o ombro, chegou a ter uma hora que ele cochichou algo no ouvido dela. "O que seria?" pensava . Mas ele tinha que olhar menos para o casal por que a sua namorada estava na frente dele, conversando sobre um novo aplicativo novo no celular que faz não-se-sabe-o-que.
- Você já tem, ? - Perguntara
- Tenho o que? - saiu do transe e olhou para a namorada
- O aplicativo! Vamos, me dê o seu celular! - Ele entregou o celular a e ela começou a adicionar o aplicativo no celular dele. - sabia que ele não tinha Kelly!
E como ela voltou a atenção ao celular dele e as amigas ele pode admirar e tomar raiva do que estava acontecendo a alguns metros dele, até as amigas dela a chamarem para ir em algum lugar e deixar sozinho. esboçou um sorriso, que viu.
- Sorrindo, ? Por que? - perguntou ela.
- Lembrei de umas coisas...
não aguentava mais per puxada por , e e quando chegaram até o destino ela pode enfim relaxar os braços.
- O que aconteceu?! - se exaltou um pouco quando perguntou.
- O ! Ele... Ah Meu Deus! Ele... - mal conseguia pronunciar as palavras
- O que tem ele? - Ela já estava impaciente.
- Ele a chamou para sair - disse finalmente dando pulinhos
- E você vai? - perguntou animada
- Não vou poder... - Na hora as 4 fecharam a cara - Tenho que ir na casa da minha vó...
- Mas tem outro dia - resolveu não tirar as esperanças da amiga - vocês podem marcar na próxima semana.
- Viu, não está tudo perdido! - deu força
Mais tarde, naquela terça... estava escorado na parede perto do vestiário feminino até que ela saiu. estava distraída, mexendo no celular e tentando manter a bolsa no ombro quando a arrastou para o vestiário feminino, fazendo com que ela se assustasse e derrubasse a bolsa no chão junto com o celular que caiu em cima desta, que sorte!
-?!... O que você está fazendo aqui? - Ela perguntou mais do que gaguejando. Ele estava com uma mão na cintura dela e a outra na parede e seus olhos tinham um posto fixo, os lábios de .
- O que você tem com o ? - Ele perguntou com o coração acelerado
- ? Não temos nada! Somos amigos, apenas...
- Certeza? - "Talvez essa seja a maior loucura que já fiz na minha vida" pensava .
- Tenho... - estava nervosa pensando no que ele podia fazer
- Então ele não vai se importar se eu fizer isso - E seu que ela menos esperasse, ele a beijou. Ela arregalou os olhos e parou o beijo
- Você tem namorada! - Ela disse e ele nem se importou a beijando novamente, e ela o parou - A gente ta no vestiário FEMININO!
- Quem liga! - e ele a beijou de novo e ela acabou se entregando aos lábios macios do garoto que a segurava firme pela cintura. Ele queria tanto aquele beijo que o fato de namorar a não importava e ainda fazia com que o ciúme que tinha do diminuísse um pouco.
parou o beijo, não por que ela queria, mas sim por que era preciso. Ela tinha que ir pra casa.
- E-Eu tenho que ir - informou recuperando o folego
- Não, não vai ainda... - Ele a beijou e roçou o nariz no dela
- Eu... eu realmente preciso ir - disse ela se afastando dele - tenho boas notícias para dar em casa - ela sorriu orgulhosa de si e saiu do vestiário indo em direção a piscina. foi atrás.
- Tchau professor - se despedia do professor com um abraço.
- Estou muito orgulhoso de você! É nossa nadadora mais rápida! Nossa recordista! - O professor a parabenizava.
- Recordista? - dizia a si mesmo, - mas o último Record era da !
- Quase na velocidade do Sol! - brincava , fazendo com que ela e o professor rissem - Agora eu tenho que ir.
- Tchau, ! Até Quinta!
Quando a mãe de chegou em casa tomou um grande susto com a euforia da garota!
- Advinha quem é a nadadora mais rápida da natação?! - Ela estava com um sorriso enorme no rosto.
- Mas você só foi pra lá em 2 dias! - A mãe estava animada com a notícia.
- Eu sei, mas você sabe que eu nado desde pequena com meu pai! - A mulher deu um sorriso forçado quando filha lembrou do seu ex-marido, e a pequena notou - Desculpa mãe... eu não queria...
- Tudo bem filha! O que importa é que você é a nadadora mais rápida da academia e eu estou muito orgulhosa! - A mãe abraçou a filha carinhosamente a tirando do chão e as duas riram muito!
- A gente tem que comemorar! - correu para pegar o telefone
- Pepperoni, por favor! E... . - Ela a chamou
- Sim!
- Você pode tocar piano pra mim hoje? - a mãe sorriu para a filha com os olhos brilhando
- Assim que eu desligar esse telefone!
VI
-Ele te beijou?! – gritou com os olhos arregalados e e correram para tapar a boca da amiga
-Não grite! Quer que a Buggard toda escute sobre isso?! – advertiu
-Ok... Ok... Mas o que ele fez... MINHA NOSSA! E você?
-Eu? Bom, eu tentei fazer com que aquilo não acontecesse, mas aconteceu, né. Fazer o que?!
Nesse momento a presidente estudantil chega ao pátio com alguns cartazes nas mãos junto com o comitê de eventos escolares
-Sinto cheiro de festa!! – animou-se .
-Quem é ela? – Perguntou
-Ela é simplesmente a melhor Presidente de grêmio da história, pena que já está no 2º ano – Disse .
-Galera! Gostaria da atenção de todos. Bom, depois de muito pedir a diretora, eu consegui com que à festa na praia de boas-vindas aos novos estudantes e bem-vindo de volta a nós veteranos! – Todo o pátio foi a loucura!
-E já tem data, Laura? – Perguntou um dos alunos
-No fim de semana Maycom! Então gente, quem vai?! – Todos os alunos comemoraram feito loucos a boa notícia. E Na hora, as quatro amigas já faziam planos para a festa na praia.
Não era diferente com que conversava com o amigo .
-Eu vou para a festa solteiro, cara...
-Você está decidido? – perguntou o amigo olhando para a mesa onde estavam , , e .
-Sim, eu gosto de outra e você sabe muito bem quem é, então não adianta eu continuar com a , não é?
-Você tem razão cara... Não dá para continuar com uma gostando de outra. Mas você sabe bem como é sua atual namorada. E também sabe que ela não suporta a garota né?
-Quem? A ? Divido que ela faça mal a alguém.
-Não sei não, ... eu nunca gostei dela, você sabe disso.
-Sei bem, ... Mas nada vai acontecer com ela.
Na aula de matemática, sentou-se no luar de sempre e quando chegou na sala ele se sentou ao lado dela para assistir a aula.
-Bom dia filha da sabedoria! – cumprimentou a
-Bom dia filho do sol!
-Já terminou de ler Marca de Atena?
-Estou terminando e sim já chorei! Coitada da minha irmã... – eles riem
-Mas vai ficar tudo bem depois que eles caem no tártaro.
-Não me dê spoiler! – o repreendeu e depois riram
entrou na sala tirando a atenção de que era toda de . Nossa, como ele estava lindo na camiseta do uniforme e estava de óculos? o achou tão fofo naquele uniforme, vestido daquele jeito que esboçou um sorriso, e por sua vez fica vermelho de raiva...
-Bom dia !
-My Girl! – Amistoso, saudou .
“My Girl? Que intimidade é essa?!” pensou . No mesmo instante quis voar em cima do galanteador que jogava todo seu “charme” em cima da .
Mas na verdade ele havia sofrido pela manhã coitado! Havia esquecido de pedir a mãe para lavar o uniforme, mas, por sorte, tinha mais dois no armário. Pegou a blusa de manga e a vestiu, logo após foi para o banheiro colocar as lentes de contato que por um descuido caíram no ralo da pia do banheiro.
“Puta Merda” pensou ele.
Frustrado e usando óculos de grau, lá foi tomar café da manhã e quando ia beber o café, o maravilhoso irmão dele o fez derramar café na camisa toda.
“Hoje, definitivamente, não é meu dia! ” Pensou ele com muita raiva.
Voltou para o quarto e vestiu o outro uniforme que tinha: uma camiseta, sem mangas, que deixava os braços fortes dele de fora.
-Mas que visão! Que nerd mais gatinho! – Zombou a mãe dele ao passar pela porta do banheiro.
-Mãe, por favor... Eu só quero ir logo pra escola e ir correndo na ótica!
E essa foi a manhã frustrante de . E para ajudar mais, quando chega à escola encontra a garota que é super afim conversando cheia de intimidade e risinhos com o metido a machão que se acha o popular do . Os nervos de ferveram, claro! “Se é pra ser íntimo, vamos ser íntimos”.
Após cumprimentar a menina começaram a conversar sobre séries de tv e música, um assunto emendava no outro e apenas olhava os dois, até que se cansou e ficou mexendo no celular, e foi assim até o professor chegar a sala e quando a aula acabou, quem deu “graças a Deus” foi a . Não sabia mais como continuar naquela sala com e lado a lado. Foi a primeira a sair indo para o pátio beber um pouco de água...
“Pra que sai daquela sala! ” Pensou ela assim que viu Kelly, amiga de .
-Você acha que pode tudo não é garota?
-Hein? – perguntou parando de beber água no bebedouro
-Você dando em cima do e do !
-Você tem problemas?
-E você quer todos – Kelly se aproximava de a empurrando – O Nerd é meu! E o , você já sabe quem é a dona.
-Meu amor, eu só sou amiga deles, AMIGA!
-Sei bem... tô te avisando, não se coloque no nosso caminho – já estava escorada na parede e Kelly a intimidava – ou você vai ser obrigada a sofrer as consequências.
-Mas Hein?! Você e aquela louca podem picá-los, fazer ensopado e engolir, se é só isso que vocês sabem da vida. Agora me deixe em paz! Quero aproveitar o intervalo com boas companhias, não com uma... – foi embora antes que falasse alguma besteira e se encontrou com as amigas no pátio do colégio. E claro, relatou TUDO o que aconteceu!
Quando a mãe dela chegou em casa contou logo sobre a festa de boas-vindas na praia e quase se ajoelhou no chão pedindo para deixá-la ir à festa. Ela acabou deixando fazendo com que a filha pulasse de alegria. A mãe assinou a autorização depois de vários beijos e abraços. A pequena correu pra o quarto e informou as amigas que pularam de alegria e elas também contaram que iriam, já deu para imaginar: ALEGRIA TOTAL!
VII
Fim de semana chegou!
É Sábado! Até que fim!
se olhava pela quinta vez no espelho para ver se o look estava bom: Short com as amarrações da parte de baixo azul do biquíni para fora e uma blusa larga que cobria a estampa branca e azul, com o cabelo em um rabo de cavalo e a mochila com as coisas dentro.
- Vamos logo, ! Você não vai querer se atrasar! – gritou a mãe da sala
-Não mesmo, mãe! Tô indo – grito de volta a garota
Ela a levou para a escola e se despediam, não demorou muito para que as amigas chegassem, estavam tão lindas quanto ela. estava de vestido florido, bem larguinho e a parte de cima deveria ser tomara-que-caia, pois não dava para ver as alças. estava com uma saia e uma camiseta larga e também as alças do biquíni não apareciam, ou seja, tomara-que-caia, estava de short e sem blusa, dizia ela que estava com muito calor e não aguentava ficar de blusa podendo ficar sem, então somente a parte de cima de um vermelho forte e liso que estava à mostra.
No ônibus em direção à praia foram as 4 no meio do ônibus, rindo e brincando umas com as outras. Elas nem ligaram para quem estava atrás delas, os meninos que elas estavam afins.
Diferente de e que não paravam de admirar a garota pelo jeito que ela estava aquela manhã. podia olhar tranquilamente, mas tentava disfarçar o máximo que podia. não estava perto dele, mas também ela e as amigas não tirava os olhos de e ele.
Ao chegarem à praia, notaram o quão bonita estava. Com as tendas montadas, mostrando com plaquinhas decoradas o que havia abaixo de cada uma. Todos ficaram muito impressionados e assim que saíram do ônibus correram para o mar e para as tendas.
-Vamos montar nossa barraca antes que fique tarde demais! – sugeriu e todas acataram e começaram a montar a barraca.
De barracas prontas, lá foram elas para a tenda de lanches ver se precisavam de ajuda e comer um pouco, claro! Lá estavam e , que apesar da rivalidade dos melhores amigos, eles dois se comportavam como bons colegas de escola, sem nenhum problema. deu risinhos quando viu o amado e o tratou de passar a mão nos cabelos e sorrir para a menina.
- Oi gente! – amistosa, cumprimentou os rapazes
- Olá meninas! – respondeu os dois em coro
- ! – Disse acompanhado de seu sorriso sedutor deixando a pobre da sem graça. Vendo o clima mudando, logo puxou papo.
- Então... vocês precisam de ajuda?
- Mais ou menos... tem umas frutas para descascar.... – disse
- E não temos nenhum jeito pra isso – completou
- A gente ajuda! – Disse com um doce sorriso – onde estão?
- Naquela tenda ali – disse apontando
- Eu vou buscar. – se ofereceu
- Eu também vou – seguiu a amiga, mas o que não esperavam era ver o saindo do mar segurando a prancha de surf de baixo do braço e balançando os cabelos. Naquele momento ela odiou ter se oferecido para ir pegar as frutas. Ele foi até elas e as cumprimentou.
- Olá Mister Músculos – disse olhando para ele de cima a baixo
- ! – repreendeu – Desculpa... – ele balançou a cabeça, como quem diz “Tudo bem! ” E sorriu.
- Vocês estão lindas! – Elogiou ele.
- Obrigada... – agradeceram
- , a gente precisa ir... – Disse empurrando a amiga
- Você fica! – pegou no braço de e a puxou para si e ela rapidamente se afastou dele – Eu preciso te dizer que eu...
- Não quero saber! - interrompeu - Olha, sua namorada anda enchendo o meu saco e eu não quero problemas com ela.
- Mas é isso que eu...
- – interrompeu novamente – vamos esquecer o que aconteceu no vestiário feminino? É melhor assim...
- O problema é que eu não quero esquecer, não posso. , eu...
- My Girl! – chamou a a poucos metros atrás dela. Ela se virou e viu o amigo em questão, que sem rodeios, alargou um sorriso eu vê-la. Mas quando viu com quem ela estava acompanhada...
- Você não está mesmo com o ? – Perguntou
- Já disse que não! – Ela respondeu firme e sorriu para que se aproximava deles.
- Bom dia, ! .
- Fala.
- Não vai me dar um abraço? – abriu os braços para que recebesse o calor do abraço de em seu corpo, e , na hora revirou os olhos. – Você está linda! – Disse assim que viu a menina de cima a baixo.
- Com licença, mas ela está conversando comigo? – Interferiu antes mesmo que mencionasse em agradecer.
- Isso por acaso me impede de falar com ela? Acho que não! – respondeu fazendo os olhos de ferver.
- Meninos... – Ela tentou amenizar...
- Por que? Você é proprietário dela agora?
- Não, mas se eu fosse, a primeira coisa que eu queria seria te deixar a quilômetros de distância dela.
- Meninos! – Não estava dando certo...
- Bom, que pena que não é. Então você pode ir embora por que sua presença não significa nada aqui. Vem – Ele a puxou pelo braço, mas pego na mão dela a impedindo de ir.
- Ai! – reclamou ao sentir um braço a ser puxado
- Ela não vai a lugar nenhum!
- Mas é claro que ela vai, e vai comigo, nem que eu tenha que lutar por isso.
- Ah tá, você e que exército?
- Eu e meu punho – não pensou, apenas dirigiu o punho a onde ele achou que era a cara de , mas quando ouviu uma voz feminina, a voz feminina reclamar alto de dor, quis cortar as mãos para nunca mais feri-la
A menina estava com a mão no rosto de cabeça baixa, urrando de dor. Ela queria gritar, queria dar dentro da cara de , mas a dor era maior.
- Você viu o que você fez? – Resmungou
- Eu fiz? – gritou para se defender – você que...
- Calem a boca! – gritou fazendo com que parte da praia olhasse para ela e os dois garotos se calarem – Não adiantou meu braço tinham que acertar a minha cara
- , me des...
- Eu não quero desculpas, ! Eu não quero ver vocês dois. Era pra ser um dia alegre, mas eu ainda tenho 24 horas e espero que nas próximas 24 horas eu não veja a fuça dos dois. Estamos entendidos?
- , vem! – Chamou a pegando pelo braço – vamos por um gelo nesse rosto, por que está inchando...
VIII
- Ta muito inchado? – perguntou nervosa olhando para a professora de Biologia.
- Não, já está até desinchando. Vai ficar tudo bem... – respondeu
- Obrigada professora! – agradeceu superatenciosa e ainda preocupada.
- Mas como aconteceu isso? – perguntou a professora.
- Acidente! – respondeu rapidamente – com a prancha de surf.
- Mesmo? – a história não desce na professora, mas mesmo assim a menina balança a cabeça afirmando que o que dizia é a verdade.
Quando a professora a deixou com os cuidados das amigas ela pode relaxar mais um pouco. O dia estava tão bonito e ensolarado que não valeria a pena ficar emburrada naquela tenda. A pequena respirou fundo e massageou o rosto onde tinha recebido o soco.
- Você está bem, ? – perguntou
- Melhor... Quer saber? Vamos pra água. Já dei meu recado para os dois loucos e quero me divertir como queríamos.
- Mas você ‘ta bem mesmo? – Insistiu .
- Sim! Foi só um soco, ele não me deixou em coma – Ela tirou a camisa e convidou – vamos?
As meninas se animaram com o ânimo da e tiraram as suas roupas, ficando apenas com os biquínis. Passaram pelas barracas e jogaram as roupas lá dentro correndo parra a água logo em seguida.
Ainda na areia, penteando os longos cabelos louros após aplicar o protetor, a mente de fervilhava, mal conseguia acreditar que o namorado havia dado um soco no rosto da , mas o que a desagradava era que o soco não era para ela e sim para o , e que era por causa dela, da . A raiva de corria como o sangue no corpo da garota.
Destemida a tirar satisfações, ela vai até que está passando a parafina na prancha de surf. Ela para com os braços cruzados na frente dele e pigarra.
- O que foi ? – perguntou ao notar a presença dela.
- O senhor pode me explica o que foi aquilo há alguns minutos atrás?
- ... Eu tenho que falar algo sério com você.
- Não antes de você me explicar... – Ele a interrompe e diz levantando.
- ... Me dá a mão, eu não sei como você vai encarar isso, mas é preciso. – ela a aceitou e eles foram para perto de uma arvore perto da praia.
- Então, fala o que houve.
- Acho melhor a gente terminar.
- O que?!
A cabeça de era pura preocupação e medo.
Preocupado por como a está, por que mesmo ela se divertindo na água, passava a mão massageando onde havia recebido o soco. Medo, por ela cortar relações com ele. Ok que ele deve estar se precipitando, mas sabe como é menino apaixonado: Pensa coisas, acha coisas...
falava algo com ele que nem estava dando boa, devia ser sobre a , pois o olhar dele ia à mesma direção que o de .
- Não é, ? – Perguntou o amigo pela segunda vez um pouco mais alto tirando ele do transe.
- Sei lá, cara...
- Sabe lá mesmo. Olha, eu vou dar um mergulho, tô vendo que você está mais pra lá do que pra cá.
- Espera Bro, é que... Sei lá, tem a ...
- Quando não tem a ?
- É que eu tenho que pedir desculpas a ela, ela tem que me ouvir... – começou a dar um sorriso malicioso e tornou seu olhar esperançoso.
- Não! Não faz essa cara, sei muito bem o que isso quer dizer – o rosto de se tornava mais animado – Ah não, cara! Ah não! Sem planos do ...
- Ah sim! E você vai me ajudar!
- Sempre sobra pra mim... – queixou-se .
- Terminar comigo? Como é que você pode terminar comigo? – já batia o pé. O namoro nutrido desde quando ele entrou no colégio e pelo carisma se tornou amigo de metade da escola ia acabar e ela queria? Não! Eram o casal perfeito, para ela.
- Muito simples! eu quero terminar. – disse , simplesmente.
- Não acredito.
- Olha, a gente vem brigando muito, você muita das vezes mal quer saber de mim, e...
- E o que? Tem outra, né? Só pode! Deve ser aquela nojenta da .
- Mais um motivo para a gente terminar – já estava ficando com raiva, odiava aquele comportamento infantil e imaturo de . Ele já não queria mais acabar o namoro por estar apaixonado por outra, e sim por que não aguentava mais as loucuras de .
- Então é ela né? – perguntou batendo o pé.
- Também tem seu comportamento. Isso que você disse dela é coisa que se fale de alguém que você nem conhece? Eu também já não quero esconder amizades por causa da sua loucura de ser popular, isso não leva ninguém a nada e não sei porque você continua nutrindo isso desde o 8º ano.
- Você está me magoando! Como pode dizer isso pra mim! Depois de tudo que passamos juntos! – Ela já levava as mãos aos olhos avermelhados, sim ela estava chorando, de verdade. No fundo, ela não queria terminar por que gostava dele.
- Não me venha com essa frase típica, porque não caio mais. Basta ouvir umas verdades que, pronto! Cai em prantos. Já disse , não dá mais para ficarmos juntos – ele depositou a mão no ombro dela e disse calmamente – Me desculpe.
E foi embora.
IX
O dia acabou passando a ser um dia divertido para a . O rosto já não doía tanto, os meninos já não incomodavam mais e se divertir com a melhor amiga mais suas duas novas amigas a estava fazendo bem. Nem sinal da , muito menos das amiguinhas loucas dela.
- Gente, vamos passar o protetor? – perguntou torcendo o cabelo
- Ah ! A água está tão boa! – falou antes de pular mais uma onda.
- Eu sei, só que, eu não quero ficar com a pele descascando, é horrível!
- Ok, ela tem razão – concordou .
Elas saíram da água e foram para a barraca. Passaram o protetor e resolveram tomar o sol, colocaram seus fones e relaxaram sob a areia. Até que...
- Ah nuvem sai da frente do sol! – reclamou . Ela ouviu um pigarro e tirou os óculos de sol e olhou quem realmente estava tapando seu sol.
- ... – disse assim que viu a garota com suas amigas
- !
- O que é agora?
- Espero que esteja feliz! – Ela colocou as mãos na cintura e continuou: - ele terminou comigo, não tem nem meia hora.
- E o que eu tenho a ver com isso? – Ela se ajeitou ficando sentada e as amigas fizeram o mesmo.
- A culpa é sua, eu te disse para se afastar de meu namorado...
- ...que agora é ex – a interrompeu – olha , eu não quero ver a cara do teu ex, tão pouco a sua. Acredito muito que eu não tenha nada a ver com isso, eu tô quietinha no meu canto, tomando o meu sol. Então, vai procurar o que fazer?
- Só quero deixar claro que isso não vai ficar assim, ok?
- Ok! – debochou com a voz afetada. foi embora com as amigas.
- Dá para aturar essa menina? – falou para as amigas.
- Cara, sério, a é problemática. É capaz dela querer acabar com a sua vida escolar – alertou
- Eu não ligo para o que ela acha que pode fazer, se ainda não apareceu ninguém para mostrar pra essa garota que ela não é a rainha da cocada preta, talvez eu mostre que a mim ela não domina.
- Sabe o que isso me lembrou? – comentou rindo
- O que? – perguntou curiosa
- Christine! No 6º ano, lembra ? Ela fez aquela fofoca que você estava ficando com o Luiz Antônio, o que era mentira e no final você acabou namorando com ele por 6 meses. – a amiga acompanhou a gargalhadas lembrando daquela época.
- Lembro até que ela quis me bater, coitada...
Elas riram e continuaram conversando. Ao longe, continuava olhando para e suas amigas.
- A culpa é dela! Olha como ri! – Ela fala para Jane e Kelly e ficam olhando e suas amigas conversando e rindo.
- , elas podem estar falando de qualquer coisa, não acha – disse Kelly quando as meninas começaram a dançarem sentadas.
- Pode até ser...
O dia foi passando e quando estava perto de escurecer as quatro tendas de festa estavam se enchendo de alunos, todos dançavam e se divertiam. Vire e mexe tinha um ou dois casais aos beijos e alguns deles eram repreendidos pela inspetora Josefa.
- Aqui não é lugar para essas safadezas! – ela sempre dizia.
, , e não paravam de dançar como doidas. Elas riam e brincavam de dar passinhos. e se aproximaram das meninas e começaram a dançar com elas. O Dj era o professor que Química, e o gosto dele estava, não só agradando os alunos, como também os professores que ficaram lá para se responsabilizar dos alunos. Acabou que todos entraram no embalo da música Let the Groove Get In com uma pegada de um ritmo latino de Justin Timberlake
Are you comfortable right there, right there?
Let the groove get in there, there, right there
Let the grove get into you
There, there right there
fechou os olhos e começou a dançar sem medo, rebolando e batendo palmas, até que sentiu um par de mãos pousarem em sua cintura e fazê-la dançar de acordo com o ritmo. Ela se deixou levar e fez com que o rapaz se aproximasse e dançassem mais próximos um do outro.
Eles desciam e subiam no ritmo contagiante da música e quando ela foi ficando mais lenta ele a virou para frente. quase saltou pra trás quando viu que era quem estava dançando com ela o tempo todo.
- Por favor – ele implorou – a gente tá se divertindo tanto, não pare agora.
Ela respirou fundou e se aproximou dele seguindo o ritmo da música. Levou a mão aos ombros dele e continuaram dançando. A música foi ficando mais lenta e os toques ritmados de no corpo de fazia com que a moça ficasse mexida.
- Eu estou gostando dessa parte... – Ele aproximou a boca da orelha da garota e começou a cantar: I know that you want so... So go on and let it
já se sentia perdida nos braços dele, dançando cada passo ela se sentia única. Nos braços dele parecia que nada mais importava e era ali, aquele momento com o .
Só que ao longe um coração se feria...
estava perdido, não sabia o que fazer. Só via o cara que menos gostava com a garota que mais sentia um sentimento puro e verdadeiro. Ele queria estar no lugar dele, abraçando ela daquele jeito, sentindo o perfume dos cabelos dela, era o que iria fazê-lo se acalmar.
se aproximou dele e olhou para a direção que olhava. O que fazer quando seu melhor amigo está vendo a garota que gosta com outro cara?
- É só uma dança. Não é nada demais... – pôs o braço em volta do ombro do amigo
- E se não for só uma dança? Olha como eles dançam! Tem algo... Eu nem sei mais...
- Você vai correr atrás dela se for preciso – apoiava – Você não vai parar só por que o está dançando com ela.
- Você tem razão, se eu to afim eu tenho que ir atrás, sem desistir.
- Esse é o que eu conheço!
- E-eu preciso ir ao banheiro – dizia se afastando de assim que a música acabou.
- Você quer que eu... - ela o interrompeu
- Não. Eu já volto. – Ela passou as mãos no cabelo saindo da tenda indo para as cabines de banheiro químico e passou por eles. Ela queria ficar um momento sozinha. A noite estava tão linda que ela não hesitou em sentar ao chão e olhar a linda lua brilhando no céu.
Um momento para colocar-se em ordem. O que era aquilo que a provocou a poucos minutos atrás? Se já sentiu antes? Poucas vezes, uma das cinco vezes que já teve algo com alguém, mas aquilo era forte. Diferente. Era a tocando, correndo a mão pela lateral da perna até a cintura enquanto mexia os quadris ao som da música.
Fechou os olhos e sentiu a leve brisa bater no rosto. Aquela noite estava sendo boa afinal. Melhor do que o dia. Sem , sem acidentes dolorosos, sem brigas bobas de e e aquele momento. Único.
Abriu os olhos e olhou em volta. Levou a mão no coração por susto ao ver ao lado dela.
- Desculpa... é que... eu estava dando umas voltas e te vi. Achei até que você estava com as suas amigas, até ver a beijando o ...
- Pelo menos alguém se deu bem essa noite – riu do comentário imaginando os dois ficando.
- Eles podem deixar de ser os únicos, se você quiser... – disse olhando para a garota.
- ... Por favor... – ela lamentou
- Desculpa, é que eu...
- ! – e a menina olhou para onde vinha a voz que a chamava.
- O que foi, ? – perguntou
- Você não percebe que...
- Cala a boca, . A professora de Biologia, ela está te chamando.
- Bom, com sua licença... – ela se levantou e foi em direção a tenda.
- Você não cansa disso, né?! – levantou-se do chão limpando o traseiro e indo a direção a .
- Acho que além de cego você é surdo. A professora a chamou. – Eles já estavam frente a frente.
- E claro, você foi o primeiro a querer ir procurá-la.
- E se foi? O que você tem a ver com isso?
- Você já tem namorada, , fique longe da minha! – já estava enfurecido
- Sua? – gargalhou – Você a beijou alguma vez? – ia abrir a boca para dizer algo ele continuou – Não! Você não sabe o quão doces e macios os lábios dela são, não sabe a quão carinhosa ela pode ser num simples beijo.
- Se afasta dela, você só quer magoá-la! Quer que ela seja a sua amante. – se segurava para não socar a cara de .
- Vou te deixar a par das notícias antes que você escute os rumores da escola, eu terminei com a . Caminho livre. E não vai ser você que vai tirá-la de mim. – O garoto dizia firme. estava decidido no que queria.
- Não sei muito bem... Talvez eu seja um páreo duro para conquistar o coração dela. Ela vai ser minha!
- Minha!
- Veremos! – deu as costas a , por que se não iria acabar dando na cara dele.
- Claro! Você vai ver no convite do nosso casamento! – provocou e logo olhou pela primeira vez para o céu – Noite linda demais para arrancar uns dentes daquele babaca.
Os estudantes da Buggard foram dormir depois das 4 da manhã e acordaram depois das 11. Bem depois. A ponto da mãe de ligar para ela 8 vezes e não atender e isso era 12:30h e quando atendeu, ela ouviu... Muito!
- O que ela falou? – perguntou assim que desligou
- A mesma coisa que a tua “Você não devia ter ido dormir tão tarde”, “eu me preocupo com você”, “Nunca mais, mocinha! Nunca mais você me deixa de atender o telefone! ”, essas coisas. Que horas nós vamos?
- Às 15... – disse terminando de vestir a blusa.
- A gente podia faz um pic-nic, porque nem almoço nem café a gente teve! – sugeriu .
- Pic-Nic! – comemorou como uma criancinha.
E assim elas foram tomar café/almoçar perto de uns coqueiros no calçadão.
- Comer! Comer! Comer! – disse animadamente.
Elas arrumaram as coisas e atacaram no rango!
- , me fala. O que aconteceu ontem? – perguntou comendo o morango
- EEEh cara, o que era aquilo na pista de dança?! – ficou sem graça e elas continuaram
- Justin Timberlake não vai ser mais a mesma coisa pra mim...
- Gente... por favor... Foi só uma dança!
- Sei, sei! – Dizia – Conta, logo o que você sente pelo .
- Gente, é apenas um sentimento... de...
- Paixão! – Disse
- Desejo! – Disse
- Amor! – Disse
- Amizade... – Concluiu .
X
- Vamos filha! – Já era a terceira vez que a Senhora passava no quarto da filha – Acorda, você vai se atrasar! – ela dizia puxando as cobertas de cima da menina.
- Não mãe... hoje é sábado! – Resmungava .
- A onde? Porque em nenhum lugar do mundo é sábado! Segunda-feira, só para esclarecer!
- Ah não... – resmungou
- Ah sim! Levanta!
Meia hora depois, já pronta, prendia o cabelo num rabo de cavalo comendo um pedaço do pão com geleia.
- Não esquece de pagar essa conta pra mim, . – A mãe dela colocava o documento e o dinheiro na bolsa.
- Ta bom... Mãe, o papai ainda ‘ta em...
- Ta... ta sim e até agora não deu sinal de vida, você sabe como ele é.
- Infelizmente. ta na minha hora! Beijo mãe! – Ela beijou a testa da Senhora e foi para a escola.
Mais uma camada.
já não se aguentava de raiva.
Mais uma camada.
E pensar que já era segunda-feira e iria ver a cara da de novo.
Mais uma camada e guardou o rímel.
- Isso é inaceitável! O que ela tem? O que ela é? – quase gritava no banheiro da escola.
- Mas amiga – dizia Jane – Você não acha que está...
- De que lado você está, Jane? Será que você não vê? Ela quer os dois para ela.
- E se ela se aproximar do meu ... – Kelly ajeitava a franja com o olhar maligno – e se a gente...
- acho que...
- Não! ... Kelly... Eu sei do que vocês estão pensando, vocês acham isso justo?
- Claro! – concordaram em coro.
- Ela vai ver só. – e suas amigas saíram do banheiro feminino.
No laboratório de química, e faziam mais uma das experiências propostas pelo Sr Thomas.
- Eu ainda estou cheia de sono – resmungou , medindo o bicarbonato.
- Dá para perceber! Seus olhos estão pequenininhos – Ele eu uma risada e tocou o nariz dela.
- Sabe o que eu percebi? – Ela disse terminando a medição.
- O que? – Perguntou , pegando um outro ingrediente.
- Que não daria, mesmo eu querendo, ficar longe de você...
- Então – ele concluía – eu estou perdoado com o que houve no sábado?
- Ta, ta sim! – ela confirmou dando um beijo no rosto dele
- Casal! – o Sr. Thomas – tenho certeza que não é a química do amor que eu sugeri!
- Desculpa, Sr. Thomas – Eles disseram em coro e riram.
estava com seus sentimentos mais fortes por ela, era inacreditável o que ele sentia. Era ela quem ele queria do lado, ele já não tinha mais dúvidas. Seu sorriso meigo, seu jeito doce...
Era ela.
- Eu não consigo tirar ela da cabeça! – arremessava a bola na cesta, a acertando.
- Isso significa que você está apaixonado, cara – pegava a bola e a quicava no chão.
- Mal consigo entender... – pôs as mãos na cintura – será que ela sente o mesmo?
- Difícil... Você deu um soco na cara dela - jogou a bola pra ele e eles começaram a jogar.
- Não me lembra disso, ...
Tocou o sinal. Eles pararam e foram tomar banho. Hora do intervalo.
No Intervalo, após comerem, e sua amiga ficaram conversando no pátio sobre assuntos diversos e sobre a banda que as 4 amavam muito. recebia sempre os olhares de que balançava os cabelos molhados com as mãos para que secassem.
- Ele é tão... – olhava para ele disfarçadamente
- E quando vocês vão sair? – perguntou olhando para aonde ela olhava, e desviou do foco quando apareceu e percebeu para onde ela olhava. Ela voltou os olhos para .
- Nesse fim de semana! Nós vamos ao restaurante dos pais dele, eu to preocupada se vão ficar em cima da gente... – começaram a rir ao imaginar os pais de falando coisas constrangedoras, como sobre ele quando era bebê e fazia bobagens de neném.
- Ele é bem legal! – Comentou animadamente. – E você ? Já se decidiu?
- No que? – Ela disse simplesmente.
- Em qual escolher, o nerd ou o atleta? – se explicou
- Ah cara! Sai dessa!
- Que sai dessa, ! – começou a falar – olha, estão os dois aos seus pés...
- E?
- E que cabe a você escolher. – Disse . O sinal toca e ajeita o uniforme ao levantar.- Tenho aula agora, Ok? Até mais! – Ela se afastava e direção ao prédio
- SALVA PELO GONGO! – gritou e elas começaram a rir.
foi ao armário pegar a roupa para a Ed. Física e quando fechou deu de cara com um todo sedutor ao lado dela.
- Oi – ele disse amistoso
- Oi – ela respondeu com um simples sorriso.
- Ed. Física? – Ele olhou para as mãos dela e depois para os olhos
- É. Você já teve não é? Está todo molhado...
- Foi... A água estava ótima, tinha que tomar banho! – Eles riram – Você terminou o livro?
- Sim, agora preciso urgentemente ler a Casa de Hades!
- Imagino! Quer que eu te empreste?
- Oh eu adoraria! Me traz amanhã?
- Claro... – ele foi se aproximando e colocou a mão no pescoço dela acariciando-a – Me desculpe por sábado, eu não queria te machucar, juro.
- Tudo bem... já nem sinto mais nada. Vou indo pra a aula. - Ela se afastou dele e seguiu em direção a saída. Me traz o livro amanhã!
- Sem falta! – Ele confirmou e suspirou.
Apaixonado, era essa a palavra que o definia. Não sabia se era o jeito meio ou a forma que encarava as coisas, mas o encantava de uma certa forma que ele não sabia como entender. Ela estava sempre linda, alegre e aquilo o encantava cada dia mais.
No dia seguinte na hora da entrada, quando a chegou na escola o a chamou. Ela foi até ele animada, sabia o que ele queria “você trouxe?!” Ela perguntou nervosa, ele balançou a cabeça afirmando e pronto. Foi motivo suficiente para ela agarrá-lo e enche-lo de beijos, no rosto, claro e ele? Bom ele recebeu cada demonstração de carinho que pode com toda a alegria do mundo.
Só que ao longe o outro cara que é muito apaixonado por ela observava tudo com o coração na mão. Era mais um passo que dava e ele tinha que dar dois a mais para conseguir o coração dela. A vontade dele era de sair correndo dali para não ver aquela cena. Só não saia porque o melhor amigo não parava de falar da garota que ama.
Diferente de quem havia acabado de sair do esportivo do pai. quase teve um treco ao ver suspensa do chão abraçada com e os dois com um grande sorriso no rosto. Ela estava disposta a pôr seus planos em pratica, ia fazer aquilo e dane-se as consequências, ela nunca sofria mesmo.
- Aproveite enquanto pode, . A sua hora vai chegar, Ah vai!
XI
chegou perto do amigo olhando a cara dele e para onde ele olhava. Não, a cara dele não era nada boa. Sim, ele realmente estava gostando daquela garota, concluindo isso, perguntou a .
- Você está certo do que quer fazer?
- Sim. - respondeu firme
- Já tem ideia por onde vamos começar?
- Claro. Ela vai ser minha...
- Por que você não fala logo a real? - olhou para e foleando o livro - Eles devem ser só amigos...
- Se eu falar agora ela vai dizer ", somos só amigos..." e Buff, Friendzone. Não quero isso.
- Tudo bem! Tudo bem! - Tocou o sinal - Bora entrar?
assentiu e eles foram para as salas.
Na aula, como sempre, e sentaram ao lado da pequena , ela era todo sorrisos com e esse lançava a cada 15 minutos um olhar vitorioso para , que revirava os olhos e tentava se concentrar em outra coisa. O Professor entrou na sala e todos ficaram em silêncio.
- Vamos começar hoje com a matéria de funções, nada que vocês não tenham visto... - dizia o professor dando início a aula.
Ao longo desta, o professor foi dificultando a matéria com os gráficos e como montá-los. Estava fácil para , teve aquela matéria no ano anterior. Para ? Bom ele estava conseguindo se virar... Mas a coitada da já se descabelava toda com aqueles gráficos.
- Difícil? - Perguntou ao ver ela morder o lápis sem entender nada que estava no livro.
- Imagina... 'Ta sim. Eu não tive essa matéria desse jeito, ta meio complicado pra mim.
Ele riu e ela olhou para o sorriso perfeito dele ao lado dela, sorrindo sem querer. começou a explicar a matéria para ela e parecia que não adiantava muito.
- Entendeu? - Ele perguntou assim que terminou de explicar e ela balançou a cabeça dizendo que não. - Eu explico de novo, até você entender - ele apertou o nariz dela, a fazendo rir.
De repente, o celular de tocou bem baixinho a música da banda que a é apaixonada. Ele rapidamente desligou e ela o olhou com os olhos arregalados.
- Foi mal, eu deveria colocar no vibrador em vez de abaixar...
- Você gosta dessa banda?! - Ela o cortou falando animadamente.
- O som deles é muito bom, eu gosto muito.
- Eu amo eles! - Ela pegou na mão dele e o coração dele acelerou.
- Sério? - Ele olhou nos olhos dela e ela assentiu - eu tenho todos os CD's
- Rico! - Eles riram
- Se quiser eu te empresto o primeiro, ele é tão...
- Raro! - disseram juntos. A sintonia só alegrava e irritava .
- Mas continua me explicando... Uma hora eu acabo entendendo!
As aulas se foram passando e na hora do almoço se encontraram as 4 amigas. Pegaram seus almoços e sentaram no lugar de sempre. Ao sentarem passou dando um tchauzinho para a que o cumprimentou de volta.
- Arrasando coração. - Comentou . Logo em seguida passou e lançou um olhar para a .
- Corações, ! - Corrigiu e todas começaram a rir.
- É gente, uma música seria bom agora! - Ela fingiu que não ouviu as amigas e deu play no celular sem olhar que musica estava.
- Justin Timberlake! - Gritaram , e e a pobre da ficou envergonhada, pegou a maçã e a mordeu.
- Qual é o problema de vocês? - riu e continuou comendo.
No outro lado do pátio...
- Conseguiu? - perguntou a Kelly
- Claro! - Kelly entregou uma pasta a ela que olhou o havia dentro - Oh... isso é bastante útil... muito útil...
- Vantagens, adoro elas! - Kelly puxou o celular olhando na câmera frontal ajeitando o cabelo.
- Quem não... - lia cada parágrafo com um sorriso no rosto.
- Oi gente! - Jane sentou-se na mesa - O que vocês estão vendo? - entregou as folhas para Jane.
- UUh... Vocês vão mesmo fazer isso? - e Kelly balançaram a cabeça sincronizadamente exatamente 3 vezes. - Conheço gente de lá...
- UUURGH! - Elas fizeram cara de nojo.
- Gente, eu posso conseguir coisas melhores do que isso aqui! - Isso animou as meninas.
- Meninas... - dizia com um sorriso maléfico no rosto - Nosso brinquedinho já está à venda!
XII
, e após a escola foram para a casa de com a intenção de estudarem, o que não deu muito certo. As amigas iam dormir na casa da , ou seja, nada de estudo.
- Vocês não iam estudar? – Perguntou a Sra. vendo as meninas sentadas no sofá cobertas por um edredom com dois baldes de pipoca vendo “Diário de uma Paixão”.
- Mãe – começou a falar com a voz chorosa – a gente já fez isso, só estamos vendo... Salta desse ônibus e vai lá falar com ele! – a menina praticamente gritava apertando a mão da que estava sofrendo junto em seu lado direito.
- Tia Rô... A gente já sabe das 3 leis de Newton, dos movimentos da terra, e que palavras proparoxítonas tem acento... Pelo amor de Deus! Solta desse ônibus!
A tia Rô, como foi batizada carinhosamente pelas amigas da filha, riu das meninas que estavam quase chorando com o filme, suspirou e as deixou assistir ao filme. Ao termino deste, as garotas sentaram em círculo com o edredom sobre o colo para esquentar as pernas e começaram a fofocar.
- Vocês são terríveis! – Concluiu
- Em falar em terrível... – começou a puxar o assunto
- Lá vem... – resmungou já sabendo que o assunto era com ela.
- ou ? - Perguntou logo a .
- Gente, por favor, eles são meus amigos!
- Mas aquela cena Senhorita com o não pareceu nada como amizade! - Disse
- A gente se conhece há tantos anos, ...
- Verdade - nem tinha ouvido os resmungos da - Encheu ele de beijos
- No rosto! - Ela ressaltou, mas não adiantou nada.
- E eu fiquei sabendo que você estava cheia de amores com o no laboratório - contou.
- Que amigas eu tenho! E ainda chamo para dormir na minha casa! - Ela pegou uma almofada e bateu nelas. Elas riram e voltaram a falar sobre e seus amores - gente, vocês querem saber mesmo? - perguntou já de saco cheio de guardar o que sentia.
- Claro! - quase gritou a .
- É que eu tô afim...
- Não acredito que você me trouxe nesse bairro! - Resmungava enquanto seus saltos 15 entravam na lama.
- Eu disse que esses sapatos não seriam legais para vir! - lembrou Jane.
- Diz onde é logo, está chovendo, tô com frio e meu cabelo já era! - Queixou-se Kelly
- Ali - apontou Jane. Elas caminharam até a casa onde a Jane havia apontado e tocaram a campainha.
- Clara! - chamou Jane.
Uma garota morena de shorts curtos, cabelos cacheados e de casaco saiu de dentro da casa com uma sombrinha aberta em uma mão e o celular na outra. Aquela era Clara... Estudava no Colégio Sant’Anna, colégio esse que repugnava e era ex-aluna.
- Jane. - Cumprimentou Clara assim que abriu o portão - a que devo a honra?
- Clara, essas são e Kelly, as meninas que eu ti falei. - Jane apresentou as amigas.
- Ah... vocês... entram, tenho muitas coisas para contar e dar.
O telefone de não parava de tocar naquele fim de tarde. Já não aguentando mais, atentou nervoso.
- Alô!
- Ah... ! Vo-você deve estar ocupado ou nervoso demais... mais tarde eu ligo... - Era e no mesmo instante ele mudou o tom de voz.
- Oi linda! Desculpa, eu nem vi quem era... pensei que era o de novo.
- Por que? Ele anda te ligando muito?
- Muito? Não para! É impossível estudar quando ele está desse jeito, o tá aqui em casa e parece que passa pela mesma coisa com o amigo dele. O , sabe quem é, não é?
- Sei... - respondeu ela - sei sim... Olha, eu te liguei para te perguntar uma coisa, não sou de fazer isso não, mas, será que... que... que você pode me ajudar com Álgebra?
Ao fundo ele pode ouvir uns resmungos femininos e xingamentos, mas fingiu que nem ouviu em meio às risadas.
- Claro! Quando você quiser, querida. - “Ele te chamou de querida!!” “Menos, ! ” Ao ouvir isso, não teve outra a não ser rir baixinho, ele estava realmente muito afim da garota e não queria deixar de perder um segundo se quer com ela, e o incentivo das amigas acendia ainda mais a chama da esperança nele.
- Ótimo! - ela respondeu.
- Ótimo! Até amanhã na escola.
- Até! - E assim eles desligaram. com um sorriso de orelha a orelha voltou a mesa onde estudava com que notou o estado do amigo.
- Quem era? Por que o te enchendo o saco com certeza não era. - perguntou
- Graças aos céus, meu caro , não era o meu melhor amigo, era melhor!
- Mulher, não?! - deduziu o companheiro.
- Mas não qualquer uma, era A Mulher!
- Cara, menos. Já que era sua mãe! - Zoou e logo recebeu um murro no braço
- Que minha mãe, idiota! Era a ... Ela me pediu ajuda em álgebra. Mas isso é um problema.
- Por que?
- Eu sou horrível em matemática.
- Até parece que ela vai te ligar pra isso!
- você acha?
- Depois o idiota sou eu!
No dia seguinte na hora do recreio, chamou num canto comprometedor da escola. O Canto era conhecido como “kissville”. Só que a não tinha ideia do batismo que aquele canto entre a quadra e a Biblioteca se chamava “Kissville” e foi tranquila. e não sabiam como agir quando viram a amiga ir até o lugar com .
-Fala pra mim, do que vocês estão rindo? – perguntou sem saber de nada.
- está levando a para o Kissville – explicou .
-Kissville?! Que nome horrível!
-Terceiro ano de 2011 quem batizou! – Disse dando de ombros.
-Nome horrível!
-Sabemos – disseram e , mas ainda aos risos.
a puxava carinhosamente pela mão até o melhor lugar no canto onde a levara. Tirou a mochila das costas e pegou o CD que havia prometido. A arregalou os olhos ao ver o CD nas mãos dele.
-Você realmente... – Ela gaguejava
-É eu tenho. E é seu, por um tempo. – Ele disse entregando o CD a ela que pegou como se fosse a coisa mais frágil do mundo – Você é incrível, !
Ela o abraçou. Ela o abraçou na hora que o passava em frente ao “kissville”. Por alguns segundos ficou estático olhando os dois abraçados e teve a dúvida de ser um abraço ou um beijo. não queria provocar , suas atitudes abraçando a provava exatamente isso: Olhos fechados, cabeça na curva do pescoço dela, os braços bem envolvidos no corpo da menina. Ele gosta dela, podia ver aquilo bem na frente dele. Mas ele também a ama e queria ela do lado dele. Ela não disse de quem ela gosta diretamente, mas ele não ia desistir de ser “O cara”.
XII
Os dias se passavam, no fim de semana, ouviu o primeiro CD de sua banda favorita lendo o livro da sua série favorita. e faziam o que nunca haviam feito por garota nenhuma. Eles a stalkearam. Encontraram fotos antigas, fotos dela quando era um bebê na rede social de sua mãe. Músicas, cursos, viagens até a casa da vó no interior, entre outras milhares de coisas.
Na segunda-feira a primeira pessoa que falou com ela foi o , o que fez metade da escola olhar para eles com olhares maliciosos. Ela não entendia, e ele não lembrava porquê. Ele na verdade mal prestava atenção, só notou mesmo quando ela disse:
- Por que eles estão olhando pra gente assim? – Ele parou de olhar para ela e olhou em volta – não são todos, mas vira e mexe alguém olha.
- Eu sei lá. – “Kissville”, lembrou. E ficou nervoso. Tudo bem que ele quer ser o namorado dela, se casarem e ter dois filhos e um cachorro (n.a Edredom, um filme com o frio de agosto, e ai? Cê topa? – parei :D), mas ele queria que ela soubesse disso antes da escola toda!
Conversaram sobre a banda e o CD até o sinal tocar e eles irem assistir a aula no laboratório de química.
No recreio Kelly resmungava feito louca no ouvido de Jane. ainda não havia aparecido, ainda estava na aula de matemática. Kelly não conseguia acreditar nos boatos que rolavam pela escola. Seria momentâneo. Não seria a maior notícia do colégio, afinal ela é uma aluna nova e ele o nerd do colégio, mas mesmo assim, quem disse que Kelly ligava pra isso?! Ela queria o como o novo namorado dela.
- Essa menina é insuportável! Não sei o que esses dois viram nela – refletia Jane
- Nem eu amiga! Nem bonita ela é!
- Fiquei sabendo que o disse que acha ela muito gata!
- Não sei onde. – Disse se aproximando das amigas – é meu, mesmo ele tendo esse surto louco, eu sei que uma hora ele vai abrir os olhos e vai voltar de joelhos pra mim.
- Acredito que sim – concordava Kelly – afinal, ela foi para o Kissville com o ...
- O que? Mas que vaca!
- Isso foi na semana passada, ! Como você não ficou sabendo – Perguntou Jane respondendo alguém no “Whats app”.
- E-Eu estava resolvendo umas coisas. Ela é uma ladra de namorados em série!
- E existe isso? – Perguntou Jane.
- Não sei, só sei que ela é uma!
E tão distante dali, num conforto de um sofá com uma bela vista a sua disposição em um dos lugares mais especiais da escola, com o livro emprestado por nas mãos, lia tranquila enquanto as amigas comiam seus lanches e falavam bobagens não muito longe dali. Essa distância só existe por que a amiga lia e a sabia que pela cara que a estava fazendo, a última coisa que queria que alguém fizesse com ela naquele momento é interromper sua leitura.
Mas nem todos sabiam disso.
Tipo o . Que subiu no terraço onde se situa o jardim e as encontrou. O lugar recebia poucas visitas, afinal, teriam que subir uns 4 andares de escada para chegar lá, nessa hora estava quase sem ninguém.
Ao notar ir a direção de com uma cara não tão boa, logo foi até ele para impedir o que iria fazer. O rosto da era uma mistura de choque e comoção, péssima hora para interrompe-la.
- Você não vai até lá – o impedia. gargalhou debochado e disse:
- Me dê um motivo. – Ele disse com a expressão mais séria que ele já vira.
- Ela está lendo. – Ela explicou.
- E eu sou cego, ?! Eu vou falar com ela. – Ele estava convicto do que iria fazer.
- Não arrisque sua vida cara!
- , eu já interrompi a leitura dela antes, não vai ser a primeira vez, agora sai da frente! – Ele a empurrou mas sem a intenção de machuca-la e foi fazer o que ela estava tentando impedir.
- Depois diz que eu não te avisei. – Disse ela voltando a comer.
- Ele é louco? – Perguntou .
- Surdo, talvez... – respondeu .
- ?! – Ele a chamou mais sério do que se imaginaria.
- O que é? – Pensa em uma pessoa grossa, a mais grossa que você conhece. Lembra o jeito que ela responde alguém quando está irritada? Foi assim que a disse. Dura. Grossa. Você acha que ele se intimidou?
- O que você estava fazendo no Kissville com o ? – Ele perguntou quase no mesmo tom.
- Aonde? – Ela perguntou.
- Não se faça de sonsa!
- Não estou me fazendo de sonsa, estou me fazendo de aluna que conhece, sem ser minhas salas de aula, 3 lugares na Buggard, não sei onde é esse lugar escroto e eu estou lendo, se me der licença.
- Ah, agora você vai me dizer que não sabe onde é...
-... Esse lugar com o nome mais escroto que já ouvi? Não. Não sei. Estou lendo. – Ela abriu o livro e voltou a sua leitura, sem a empolgação que tinha antes de .
- Você me deve explicações – Inspirando raiva e expirando ódio, praticamente bateu com o livro no acento ao seu lado e levantou-se.
- Explicar o que? – ouviu aquele “Explicar o que” sabia que naquele “Explicar o que” das duas ou uma, ou iria morrer ou ela iria mata-lo.
- Eu vou lá! – se manifestou.
- Não! Espera. – a interrompeu de se levantar – se o caldo engrossar a gente vai lá.
- A gente não namora, você não é meu pai, sua ex me enche o saco todo glorioso dia, você quer cobrar de mim algo que não deveria cobrar de mim e principalmente – concluía – Está. Interrompendo. Minha. Leitura.
- Você vai me negar que estava agarrando o num cantinho popularmente conhecido como o lugar onde o povo vai para se agarrar, depois de ver o que eu vi. Eu lembro bem que te perguntei se você estava tendo algo com ele.
- E eu não estou! Caralho! Olha só, não sabia que aquele lugar tinha aquele nome e sua fama, ele foi me emprestar o CD da minha banda favorita, ele é apenas um querido colega de escola. Se eu tenho alguma porra nessa escola, é uma forte amizade com aquelas três garotas ali – ela apontou para suas amigas – E mais. Toma este livro. – Ela pegou o livro e praticamente jogou em cima dele – Você tirou todo o meu tesão para ler, e não vem falar comigo. Estou logo te avisando. Ridículo!
pegou sua bolsa e desceu as escadas. , e . Mais do que preocupadas, foram atrás da amiga que estava muito nervosa e quase chorando enquanto descia quase correndo as escadas da escola.
XIV
- Ele é um escroto, ridículo, babaca, imbecil, jumento, idiota, tapado...
- Será que ela pode arrumar mais xingamentos? – Perguntou a acompanhando os passos apresados da amiga.
- Meninas, tenho o desprazer em apresentar a irritada. – disse .
-...boboca, inútil, arrogante, sem vergonha! Como é que ele pode fazer aquilo comigo? – Perguntou passando as mãos no cabelo e ajeitando a bolsa no ombro.
- Ele está apaixonado por você! – Disse sem pensar.
- Apaixonado... Apaixonado é uma figa! Donde já se viu! E eu nem terminei de ler o livro por causa daquele babaca!
- Tá, amiga, essa parte é culpa sua, você devolveu o livro a ele. – esclareceu .
- E eu iria continuar com o livro dele assim? Lógico que não! Eu leio online, pelo menos ele não vai me encher o saco em casa. Idiota.
- Calma , você vai mesmo se estressar por causa dele? Não, né? Por favor! – Disse se aproximando dela – Vale a pena? Acho que não. Olha, nós temos mais 2 tempos e vamos embora. Vai pra casa e descansa... Baixa o livro e esquece aquele babaca.
- Você tem razão... – Ela espirou fundo, andou até o bebedouro mais próximo e bebeu um pouco de água. No fim do corredor, para aquele dia se tornar melhor, caminhou pelo corredor toda autossuficiente com suas amigas passou por e a olhou de forma intimidadora.
Ela olhou de volta.
O olhar das duas acompanhou praticamente todo o caminho da .
ficou ereta e limpou a boca.
- Era só o que me faltava.
- Será que ela vai gostar? – perguntou a enquanto embrulhava um pacote.
- Claro que ela vai gostar! Ela disse que gostava disso, então...
- Verdade – colocou um sorriso no rosto e prendeu a última parte do papel – sei lá, tô nervoso.
- Calma cara, parece que nunca gostou de alguém – Logan foi até a geladeira e pegou uma jarra de suco.
- Não como eu gosto dela, sabe... Com ela é diferente. – colocou o embrulho em uma sacola e colocou-o sobre a cadeira.
- Você falou isso da Molly!
- Não. Eu disse que a Molly valia a pena, e eu me enganei terrivelmente!
- Normal cara, você é novo ainda, tem muita coisa para acontecer!
- Sim! Tem ela! – roubou o suco do amigo e tomou um gole
- Hey!
No fim de semana, recebeu uma visita que sempre esperava aos sábados. Ela já estava pronta, sim como era de costume que acontecesse com ela. Seu pai tocou a campainha e ela foi correndo atender.
- Pai! – Ela o abraçou assim que o viu.
- Minha princesa! – Ele a tomou em seus braços matando a saudade que sentia da filha. Ele olhou para a sala e viu a mãe a menina escorada no batente da porta – Anna.
- Fred. – Ele ainda olhava com compaixão. No fundo Frederik ainda amava a ex-esposa, e ela ainda ficava mexida com a presença dele, mas depois do que aconteceu no passado.
- Então, - cortou o clima – Vamos à praia?
- Claro! Coloca sua mala no carro, quero trocar duas palavrinhas com sua mãe. – olhou para o pai, depois para a mãe.
- Tudo bem, só espero que vocês continuem vivos quando eu voltar – os dois olharam pra ela com um olhar nada bom – tô indo!
Fred se aproximou de Anna a olhando nos olhos, seu coração doía no peito. Ele tentava algum tipo de aproximação, mas ela continuava imóvel. Os anos se passaram e ela continuava linda, talvez até mais bonita do que antes, talvez mais bonita do que a 30 segundos atrás.
E só damos valor quando perdemos.
- Anna eu...
- O que é? Não eram duas palavrinhas, foram-se as duas palavrinhas! Sem baboseiras Fred.
- Anna! Você continua chateada comigo?
- Chateada? Não, não estou. Só não quero mais te ver, simples assim.
- Eu estou arrependido! Eu queria que você me entendesse, que me perdoasse.
- É difícil te entender, sabia? Te perdoar? Mas você tem meu perdão a 2 anos atrás, eu só não sei o que você ainda quer comigo.
- O jeito que tudo acabou foi tão ruim, eu mal vejo a nossa filha e...
- Foi o jeito certo, Fred. Foi a melhor maneira de resolver as coisas – Anna deu as coisas a Fred e seguiu até a cozinha, ele foi atrás dela.
- Eu acho que pra você foi o único jeito.
- Você acha que eu não pensei? Não tentei voltar atrás? Acreditar naquilo que um dia você tinha dito pra mim, Frederik? Você acha que foi fácil pra mim? Pois fique sabendo que não! Eu fiz uma escolha, e preferi ficar longe de você.
- Anna.
- Fred.
- Gente? – A filha do casal chamou-os na porta da sala – Pai? Vamos?
- Minha filha te espera. Eu só espero que você não quebre o coração da...
-... nossa filha? Não cometerei o mesmo erro sabendo que as consequências doem e muito.
- Muito surf pra nós!
- Sim, minha linda!
XV
— Pior que sim - confirmou com um singelo sorriso no rosto - Meu pai queria passar um tempo comigo, pior que eu precisava de um momento com ele... conversar sobre essa loucura, sobre sentimentos, apesar de que meu pai é a ultima pessoa que pode me dar conselhos sobre isso.
— E depois de isso tudo, esse fim de semana com o Dad, você já sabe o que fazer da tua vida? - Questionou .
— Não... Fiquei muito bolada com tudo o que aconteceu, mas mesmo assim gente... eu não sei! Eu preciso pensar... Tenho que conversar com o , saber porque ele me levou naquele lugar!
O sinal tocou e as meninas desceram as escadas do terraço onde gostavam de passar o intervalo. Assim que atingiram os corredores da Bugard, sentiu na hora os olhares dos alunos em cima dela, e estranhou aquilo. Parecia que haviam boatos espalhados pela escola, mas nenhuma das quatro amigas tinham a mínima noção do que seria. Era quase nítido os cochichos dos alunos que possuíam um status grande naquela escola, que tinham sua popularidade conquistada por mérito ou pela grana, até porque o colégio não era nem um pouco baratinho. Não ligaram nesse primeiro momento, se dirigiram até suas respectivas salas e foram estudar.
Naquela aula, as amigas e , tinham aula juntas e também tinham aula com e e assim que as duas sentaram em suas carteiras encontraram post-it pendurados debaixo das mesas. No da dizia:
"Acho que não podemos perder mais tempo e evitar o inevitável.
Te encontro na saída, próximo a árvore, a nossa árvore - Your Boy"
Ela sabia do que ele estava falando. No fundo sabia! Depois de ler umas três vez, colou o post-it na divisória do fichário onde ela tinha imprimido uma foto dos dois e mantinha escondido.
Já o de dizia:
"Precisamos conversar e espero que você me entenda.
Espero que possa dizer sim depois que o ultimo sinal tocar no terraço.
"
Ela suspirou e apanhou o CD dentro da bolsa e o olhou... Não sabia que ia trazer tanta perturbação na cabeça de , mas quem era ele para reclamar de alguma coisa em relação à ela? Tudo bem que ela estava irritada, mas a forma que ele a tratou aquele dia fez com que ela quisesse evitar os olhares de . Olhou o post-it e o colou dentro do caderno e depois olhou para a direção de e sorriu.
Depois de uma meia hora de aula, pediu a professora para ir ao banheiro, com a permissão, a aluna se dirigiu até este sendo surpreendida pelo caminho e puxada para uma sala.
— Hey! - Ela sobressaltou assim que sentiu a parede dura nas suas costas e um par de mãos pressionando-a contra a parede - ! - ela o repreendeu.
— Me desculpe... - ele pediu se aproximando dela, quando sentiu a intenção dele, rapidamente se afastou.
— Você é louco ou algo do tipo?! - ela o questionou tentando limpar a mente do beijo que ela a dei no vestiário da natação.
— , eu... - Ela o interrompeu
— Você lembra o jeito que me tratou ? Eu não sou sua namorada - "Mas eu queria que fosse" Ele pensou
— Eu sei disso... E quero tentar concertar
— Assim?!!
— Eu sei... Eu fui um idiota e me arrependo - Ele ficou perigosamente perto - me arrependo de verdade, quero te dar o livro pra você ler...
— Não quero. - Ela disse firme se afastando, mas olhando nos lábios dele.
— Me perdoa, linda... No momento eu não estava pensando, não percebi o quanto estava passando dos limites, porque só... - Eles já estavam de rostos colados, a voz de era um baixo e rouco sussurro - Eu só...
— Só?... - E a pergunta ficou no ar. a puxou para um profundo beijo, um beijo que buscava algo a mais, não era só um beijo para tentar matar um desejo, o beijo tinha mais a intenção de mostrar para o que ele sentia por ela, o que ele não conseguia dizer.
Ela se afastou dele e o encarou. Os olhares perdidos buscavam um no outro o que eles nem mesmo sabiam, e por puro impulso, deu um tapa no rosto de .
— Nunca mais faça isso. - Ela disse fria - Você me magoou, . Se afasta de mim... - Ela foi até a porta da sala e saiu seguindo para aonde realmente queria ir.
Assim que ela entrou no ambiente ela viu seu passado voltar a tona.
Fotos vergonhosas da época do Sant'anna estavam espalhadas em cartazes por todo o banheiro, frases malvadas como "Sempre será um monstrinho" e "carvão que não serve pra churrasco" entre outras que foram o pesadelo de estavam de volta a tona. Ela abaixou a cabeça, fez o que queria fazer no banheiro e quando saiu da cabine, duas meninas a olhavam esquisito e riam dela. As lágrimas vieram com força nos olhos da menina.
Ela sabia que na escola toda ela seria uma das poucas negras e ela era, naquele ano, a única negra bolsista. Mas não imaginou que tudo que havia acontecido a anos atrás voltaria com um impacto tão grande.
Chorando ela voltou pra sala de aula. Antes de entrar enxugou as lágrimas e sentou-se quieta em sua cadeira. Voltou a sua atenção na aula e fingiu que nada daquilo tinha acontecido.
O celular de vibrou em seu colo, ela havia recebido uma mensagem no whats app que não a agradou nem um pouco. Muito pelo contrário, a deixou com raiva, na hora ela mandou para o grupo dela com suas 3 amigas e entendendo a forma com que entrou na sala de aula depois que fora ao banheiro.
says: Que porra é essa?
says: Onde você arrumou isso ?
says: Mandaram pra mim...
says: Quem?
: Não sei! Já mandei uma msg perguntando quem foi, mas até agora sem resposta e não tem uma foto no perfil.
says: Mas que filha da puta!
says: Ta espalhado pelo banheiro feminino do colégio...
deitou a cabeça na mesa e guardou o celular no bolso. olhando o estado dela a cutucou, já que ele sentava atrás e ela o olhou.
— Aconteceu alguma coisa? - Ela negou com a cabeça e continuou deitada até o fim da aula.
Quando o sinal tocou, apenas pegou a suas coisas e seguiu a caminho da saída da escola, prontamente correu tentando ir atrás dela, mas assim que passou pelo portão principal, viu que ela já estava tomando o ônibus. Foi quando recebeu a mensagem.
"Alisa o cabelo para disfarçar o bombril, coitada..." E uma foto de encharcada com o uniforme do Sant'anna.
— Puta merda.
XVI
— ., você já viu isso? - . mostrou seu celular para ele.
— Me mandaram de um jeitinho diferente - Ele mostrou o que enviaram a ele.
— São números diferentes. Quem conseguiu isso?
— Não sei - Ele bloqueou o celular e guardou no bolso - Olha, você quer ir para a casa da .? Ela está mal agora, precisa de você.
— Eu conheço ela, e ela não quer ver mais ninguém durante todo o dia. Eu a chamo mais tarde no Skype e converso com ela.
Ele acariciou o rosto dela e colocou o cabelo atrás da orelha. Olharam para a árvore depois se olharam.
— O Deus sabe se o que o . fez deu certo, agora. - Ele deu um beijo na bochecha dela - vou ligar para ele depois também.
— Somos os melhores amigos. - ela riu acompanhada dele.
— Mas e você, vai me dizer sim? - ele estava esperançoso. Esperou por aquilo mais do que qualquer coisa, e estava apaixonado por aquela menina. Ou ia ser hoje ou nunca.
— Você é muito idiota, né?! - E ela o beijou, finalmente.
— Parem já. - Eles continuaram se beijando - .! .! - ele empurrou os dois que pararam e olharam para ele.
— O que é?! - Disse . irritada.
— Me leva até a .. Agora. - Ele exigiu fazendo com que a morena o olhasse torto.
— Você acha que está falando com quem? - Ela se defendeu. Ele viu que daquele jeito não estava dando certo e tentou se acalmar. Abaixou-se na altura dos dois e disse calmamente.
— Me leve até a casa da sua melhor amiga. Preciso falar com ela. - Ele a encarou. . olhou para ela e depois para ele. . respirou fundo.
— Ela está chateada. Da ultima vez eu fui falar com ela assim que aconteceu e ela só me deu patada. Eu entendi e ela quer ficar sozinha. Pelo menos por uns tempos.
— Pelo menos me leva lá perto? - Pediu a ela.
— Cara... - . disse e apontou para ele e ..
— Quando você for, você me liga. Manda uma mensagem. Não sei.
. olhou para ele e percebeu que ele realmente estava preocupado e que ele queria conforta-la de alguma forma. Do pouco que ela conhecia ., ela notou que ele era o tipo de cara que só tem cara de idiota, que só parece um nerd estranho, mas que na verdade ele é uma cara muito diferente. Ela via raiva nos olhos dele e que não ia descansar enquanto não descobrissem quem fez isso com ela e concertar as coisas.
— Deixe para amanhã. Ela virá a escola e você conversa com ela. Me escuta. Eu também queria correr até ela e abraça-la, mas eu conheço a minha amiga e ela só tenta viver um dia de cada vez, mas ela vai sentir isso e quem ela vai precisar é de nós, amigos dela.
— Sim. - Ele se afastou - não vou lá, mas eu vou falar com ela mais tarde. E vou descobrir que fez essa merda.
Em casa, aproveitou que iria ficar sozinha aquela tarde e assim que chegou em casa, largou a mochila onde deixa sempre e deitou em sua caba chorando como uma criança.
O passado mais uma vez batendo na porta da forma mais dolorosa de todas.
Respirou fundo e enxugou as lágrimas depois de uma hora de choro sem parar. Sua mãe iria chegar a qualquer momento e a ultima coisa que ela queria é que a mãe a visse de novo sofrendo por aquele assunto pertinente.
"Quando eles iriam parar", ela se perguntava, sem encontrar uma resposta. Foi ao banheiro e tomou um banho. Quando saiu do chuveiro, olhou-se no espelho. Tocou em seu cabelo escorrido pela cabeça por causa da água. Ela sempre gostou dele assim, liso com suas ondas cultivadas pelos bobs ou baby liss. Se aceitava assim, se amava daquele jeito.
As aquelas palavras a atingiram fazendo-a duvidar daquele seu amor por si mesma. Será mesmo que ela deveria ser do jeito que as pessoas queriam? Será mesmo que ela teria que muar para agradar as pessoas a sua volta? Será que realmente ela era tudo aquilo que estava descrito naqueles pôsters?
Tinha pessoas ricas naquela escola, ricas de maldade.
Ela se vestiu, colocou uma musica alegre para esquecer aquele dia de cão. Era o jeito que ela tentava dar a volta por cima e ao som de upgrade U de Beyonce ela fazia a macarronada e dançava a coreografia do show de talentos no seu ultimo ano no Sant'anna.
Seu telefone tocou a ultima estrofe da musica. O nome de . piscava no visor. . respirou fundo e atendeu o telefone ficando em completo silêncio dentro de sua casa.
— Oi.
— Oi.
E o silêncio se estalou. Um ouvia a respiração do outro.
— É que eu...
— Será que... - disseram juntos e riram com a sincronia, e o silêncio voltou.
— Fale, porque me ligou? - Ela falou respirando vindo e olhando a cozinha de sua casa.
— Foi por quê... ., você foi embora hoje, correndo... eu só queria saber porque? E... eu queria saber como está depois daquilo, se queria conversar....
Ele foi cuidadoso com as palavras, não queria magoa-la, sabia que ela estava ma.
— Eu só preciso de um tempo. Tô bem.
— ., por favor... mente não! - Ela riu sem graça por ter sido pega.
— Tô mal. É a segunda vez que passo por isso. Mas no Sant'anna a humilhação foi menor, só zoaram comigo nomeio do pátio, na hora da saída, na frente dos dois turnos. - Ela experimentou o molho.
— Oh linda... Eu não sei o que é sentir isso, mas acredito que seja ruim. - Ele pensava em algo para tentar ajudar, não aguentava ficar parado. - Será que eu posso ir ai? A gente vê um filme, ou o DVD da nossa banda favorita, e se você quiser a gente conversa sobre isso. Sem pressão. Eu só não quero te ver de novo com aquela cara que eu vi mais cedo, seu sorriso é bonito demais para ficar guardado.
Involuntariamente a menina sorriu largamente. Colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e olhou para o macarrão que preparava pensando "será mesmo?"
— E então... - ele estava já de pé da sua cama, calçando os chinelos.
— Vem... - "o que estou fazendo..." - tô te esperando - Ela disse o caminho da casa dela a partir de um ponto que ele já conhecia, . chegaria rapidinho na casa dela. Montou em sua bicicleta e andou até lá.
Assim que eles desligaram p telefone, . ligou para sua melhor amiga que parecia está bem, mesmo depois do que aconteceu. . a informou que . estava indo para a casa dela e ela já entendeu tudo.
Logo em seguida a mãe de . ligou, avisando que não chegaria para o jantar e que talvez nem chegaria naquele dia. . ficou triste, porque queria o abraço da mãe e queria comer panquecas de manha, pois ia implorar por elas. Tentou saber o porque, mas a mãe disse que diria assim que a visse. E na hora soube que a mãe estava aprontando e que ela não precisava se preocupar, mas ela iria ter uma conversa séria com sua única filha.
. chegou assim que ela desligou o telefone na ligação com a mãe.
— Oi. - ele saudou com uma sacola em uma das mão. O moreno estava nervoso.
— Oi - ela disse um pouco sem graça - Entra...
A casa da menina era simples e aconchegante, ele entrou pela porta da cozinha sentindo o cheiro maravilhoso de macarronada, colocou a sacola sobre a mesa.
— Cheiro incrível! - Ele elogiou fazendo com que ela ficasse sem graça.
— Eu fiz macarronada. Era pra mim e a minha mãe, para o jantar. Mas ainda são seis horas da tarde, ai eu guardei.
— Acho que eu vou ficar para o jantar - eles riram - ela esta ai?
— Não. Estamos sozinhos - o . passou, mas ele não deixou de sorrir com a noticia.
— Eu trouce algumas guloseimas - ele dizia pegando a sacola que havia trago - tem uns doces, umas coisas aqui.
Ele tinha levado chocolates e biscoitos, jujubas e balas, mashmellows e doces em potes.
— Acho que tem muita coisa... - ela disse coçando a nuca.
— Não precisamos comer tudo de uma vez, ainda quero comer o que você tem. - Ela olhou para ele com os olhos arregalados - Digo... ah quer dizer...
— O macarrão? - sugeriu ., quase rindo.
— Sim. Ah... É... desculpa.
A curiosidade estava forte para saber o sobre aquele assunto que a enlouquecia. Tudo juntou e o medo de que ele era um 'deles'. Perguntou de uma vez.
— Por que estávamos no kissvile naquele dia? Por quê você não me disse nada?
— Sabe que eu nem tinha percebido - foi sincero - quando eu notei você já estava me abraçando, ai eu nem liguei. Não achei que fosse algo importante, até porquê você não conhecia aquela parte.
— Eu nem ligaria, mas minhas amigas pensaram que a gente tinha ficado. - Ele riu e sonhou com aquilo. Como seria beijá-la... Já imaginou isso tantas vezes.
Diferente do dia, a noite da garota foi bastante divertida. . e ela viram filmes, alguns episódios de algumas séries, jogaram no computador dela, conversaram sobre colégio, ele a fez rir bastante. Ela nem lembrava do que tinha acontecido.
Era umas 21h quando os dois estavam comendo jelly beans jogados no sofá da casa dela com a tv ligada passando um comercial qualquer, um em cima do outro.
— Só queria saber o porque... - Ela soltou sem querer.
— O que? - ele perguntou.
— Nada, saiu sem querer... - Ela deu de ombros. Não satisfeito ele fez com que os dois sentassem e se olhassem.
— Olha... eu não gosto quando você faz isso. Bota logo pra fora!
— Eu queria entender porque eles fazem isso... Eu não fiz nada, poxa. Vivo aminha vida de boa, não me meto com ninguém, não procuro briga, me dou bem com as pessoas... Porque!
— Nem eu sei! Juro que se eu soubesse eu te diria, seria a primeira pessoa.
— Sabe o que me dói mais? É esse anonimato. Essa vontade de querer que eu seja algo que eu não sou. Gosto de mim assim, meus pais não se incomodam!
— Nem eu... sabe, você é tão linda para passar por essas coisas, eu nem consigo acreditar que isso é possível. E sem uma finalidade, não tem um motivo.
— Por diversão, .. - Ela abaixou a cabeça e uma lagrima escorreu dos olhos dela. Ele a abraçou forte chorando junto a ela. Não aguentava vê-la sofrer tanto. Enxugou a lagrima e se controlou.
— Você é mais do que isso - ele colou a testa deles. Os olhos de . estavam vermelhos - não acredite no que dizem, você é mais do que eles, mais do que o que disseram, você é incrível, não se esqueça. E eu te adoro por isso.
E por um impulso ela o beijou. Não sabia porque, mas o beijou e foi muito bem retribuida.
XVII
— Como assim "Ela me beijou"? - estava sentado em sua cama já despertado com aquela notícia que havia recebido às 23h.
— Me beijou, ! Eu nem precisei de táticas e nada... só rolou! - estava andando em sua bicicleta de volta para casa, suando, mas não estava tão calor aquela noite.
— Do nada?! Ela virou e te beijou?
— Foi... não... assim, houve um clima e eu quis também muito beijar ela, mas ela veio primeiro. Eu não iria, não sabia se era isso que ela queria. Mas ela queria... E, cara...
— , olha... respira, chega em casa e toma um banho, relaxa, você ainda está afoito com tudo isso.
— Me explica essa história direitinho. Nesse instante! - gritava com pelo Skype - que porra é essa de ele ficar aí até essas horas sem a tia Jô? Você não...
— Calma, ! – saltou da cadeira com a desconfiança da amiga - As portas estão fechadas! Eu só tenho 15 anos!
— Hoje em dia, meninas de 15 anos são mães, está me ouvindo? MÃES! Eu não estou pronta! - enlouquecia.
— Pronta pra que?
— Ser tia! – Gritou
— Posso explicar? - pediu com um tom calmo e quando ouviu o silêncio, começou a explicar - Eu estava mal, depois que acabou a aula eu quis ir correndo para casa. chegou a me seguir, mas eu queria ficar sozinha.
— Eu sei... eu te conheço mais do que qualquer outra pessoa. – A amiga a olhava compreensiva pela a webcam.
— Enfim... quando foi lá pra de tardinha ele me ligou, antes de você e a mamãe falarem comigo e perguntou se podia vir aqui, acabou me convencendo. Conversamos, brincamos, rimos, comemos, ele me explicou a parada do tal 'kissville', vemos umas séries, bateu uma tristeza, ele me consolou e não sei... por puro impulso eu o beijei e ele me beijou de volta. – Suspirou.
A amiga ficou parada do outro lado. Não se ouvia nada.
— ? – Perguntou preocupada.
— Estou viva ainda. Acho. Não esperava isso de você... foi impulsivo demais!
— Pior amiga, ele correspondeu! – Ela sorria do outro lado.
— Para, , isso era fato! Todo mundo vê que tanto ele, quanto o estão caidinhos por você. – A menina custava acreditar. Agora mesmo ela já não entendia o que sentia, por quem sentia, mas estava feliz por ter beijado por puro impulso, e por ele ter beijado a por pura vontade.
— É o que está parecendo né? – Ela riu.
— Óbvio! – Elas riram – agora você está mais a confortável para conversar?
Ela sabia o assunto. Não sabia se estava pronta para encarar isso de novo, para ir ao colégio na manhã seguinte, se conversaria com a direção, com a mãe dela, como resolveria isso. Respirando fundo ela contou tudo aqui a amiga.
— Ah, mas você vai contar para a tia Jô sim, que vai falar com a direção e a gente vai entrar naquela escola de cabeça erguida, todas junto com você! Eu, você a a e seus dois pretendentes mais meu namorado a tira colo! - Emocionada com o apoio, riu com as lágrimas nos olhos – Eu nunca te abandonei, como você sempre esteve ao lado da 'Nerd queridinha do Sant'Ana', não vai ser agora amiga...
— Pera... – pediu enxugando umas lágrimas – Namorado? !
— Ele me pediu hoje! Não aguentei esperar para te contar amanhã!
— e ! Deus!! Lindos!!
— Não muda a linha da conversa? Me pediu na mesma árvore que me pediu um beijo, não é lindo?! – ouviu um gritinho histérico – Para! O foco aqui é outro.
— Você, como é a mais inteligente do bando, suspeita de quem deve ter feito isso? – Perguntou .
— Acredito que tenha sido a .
— Até tenho minha suspeita, , mas acho que a não é tão ridícula...
— , aquela garota te odeia! Já se passaram algumas semanas desde que ela terminou com , demorou muito para agir, seguindo pelo o que as meninas disseram.
— Mas ela sozinha? ...
— Provável que sim.Talvez não.
Na manhã seguinte, foi acordada por uma mãe bem sonolenta ainda, deveria ter chegado bem tarde à noite. Tomou o banho, se vestiu e desceu para tomar café. A Sra. Dias tomava café na xicara que a filha havia lhe dado escrito "Nunca é tarde para um bom café" que a menina fez à mão.
Ela lembrou do que a melhor amiga disse na noite anterior. Sua mãe precisava saber, ela era a amiga dela, não era? Estava junto da fazia 15 anos, a colocou no mundo e brigou pela guarda dela.
Respirou fundo, tomou o chá de camomila, olhou para a mãe...
— Foi boa a noite, dona Joana? – Não se sentiu pronta.
— Então... – a mãe sorriu alegre se lembrando da noite anterior. – Lembra aquele cara que te falei, que trabalha em frente ao jornal?
— Lembro sim. Aquele gato! – tinha o visto uma vez, a mãe dela a levou até a redação e lá estava o contador com um copo de café na mão sorrindo para a Sra. Dias. Era um belo coroa!
— Respeita, ! – Elas riram – Saímos ontem. Ele me chamou assim. De supetão. E eu fui.
— Que isso, Sra. Joana Dias redatora da coluna de entretenimento. – Joana riu boba.
— Fomos assistir uma peça e depois jantamos e... – Dizia aos suspiros.
— E...?
— Fizemos aquilo que os adultos fazem, . – Respondeu sem graça.
— Você transou com ele no primeiro encontro? Mãe! – ria.
— Não foi nada de mais, só sexo...
— Você se protegeu, mocinha? – perguntou em tom de brincadeira.
— Claro, né garota!
Aos risos, Joana deixou a filha na frente da escola, e com um beijo se despediu, mas antes de ela ir, sentiu que a filha estava estranha, com medo. Um pouco receosa.
— , está tudo bem?
— Ta sim mãe! Bença? – Se despedia rápido abrindo a porta do carro.
— . Senta nesse carro. – A menina voltou e sentou quieta dando mais certeza a mãe – Fala .
— Mãe... – é agora. – São os meninos... eu te contei. – Ou talvez não.
— Vai dar tudo certo. E se for para ser, vai ser com um dos dois, ou os dois...
— Mãe!
— Ou nenhum deles! – Ela riu e deu um beijo na filha. – Vai ficar tudo bem. Agora, sai do meu carro e boa aula.
Com um último beijo ela saiu do carro e viu a Sra. Dias ir para o trabalho. Do outro lado da rua estava prendendo a bicicleta. Sorriu para ela e atravessou a rua. Beijou-lhe o rosto e saudou.
— Bom dia!
— Bom dia, ! – Ria da cara dele pela cara que ele fez ao ouvir o nome.
— ... – ela riu e ele suspirou – 'Ta, você pode.
— Estou me preparando...
Ele respirou fundo, passou a mão no cabelo dela, que aprendeu a gostar de acariciar enquanto viam o DVD da banda favorita deles. Ele estendeu a mão para que ela a pegasse.
— Eu vou estar contigo. Vamos? – Pegando a mão dele, ela assentiu e entraram na escola. Ela recebia alguns olhares e umas risadas e começou a se sentir mal, a querer sair correndo, mas a impedia e toda vez que ela olhava para ele, ele estava com aquele sorriso caloroso. O mesmo que encontrou entre uma brincadeira e outra, mas olhar em volta deixava chateada, magoada. Ela abaixou a cabeça.
Ele suspirou, não a queria daquele jeito, não mesmo! Gostava do sorriso dela, do jeito divertido, das piadas sem graças, das respostas inteligentes, daquela garota que ela mostrou ser em algumas horas na casa dela.
— Levanta isso aí. – Ele levantou a cabeça dela. Ele a abraçou pelos ombros e seguiu, passando por , Kelly e Jane, e , pelo amigo até encontrar as amigas dela que estavam do lado do armário da . Beijou o rosto de cada garota cumprimentando-as, deu um beijo mais longo no rosto dela.
— Agora está em boas mãos. Até o recreio. - E saiu ao encontro do amigo.
— Namora com ele. – Decretou assim que ele cumprimentou e uns outros amigos.
— Casa com ele! – Saltou .
— Tenha filhos com ele. – Concluiu .
— Gente... – sorriu sem graça e abriu o armário – Ele é só meu amigo.
— Não beijamos nossos amigos! – Respondeu as meninas baixo para elas. Depois riram da coincidência.
Pegando os livros, olhou em volta e recebeu o olhar furioso de Kelly sobre ela, a era copiosamente igual e Jane guardava alguma coisa no armário dela. Continuou olhando e viu algumas pessoas ainda comentando e rindo dela.
Bufou.
— Lindas fotos! – Insultou uma garota que passava.
— Larga de ser ridícula! – Gritou para ela. estava com a cabeça dentro do armário. – Vem cá... – disse a amiga tirando-a de seu confinamento.
— Você tem a gente, ... – Confortou
— E a gente não vai te abandonar! – As amigas se abraçaram.
XVIII
— Como é que vamos resolver isso agora! – Gritava Kelly no banheiro feminino – Parece que isso só a uniu com ele. Aquela...
— Acalme-se – a segurou pelos ombros e a sacudiu – precisamos fazer alguma coisa.
— Como o que? O 'ta cheio de peninha dela – reclamou Kelly.
— Vamos resolver isso.
— Ah é... vamos... – Kelly ia até o cartaz do banheiro que estava uma foto de no chão com a cara mais sem graça depois de ter tropeçado. – Quero ver se fosse o , o que você faria.
— Estaria como estou ago...
— Não – interrompeu Kelly – você não estaria. Você queria acabar com a raça dela – Kelly rasgou o cartaz cortando ao meio. – E é isso que eu quero fazer com ela. Vai ser isso que vamos fazer.
— Acredite ou não, Kelly, mais eu tenho mais motivos do que você para querer fazer isso.
ainda morria de ciúmes vendo com . Ele ter chegado com ela o tirou do sério, o fez acreditar cada vez mais que ele e ela tinham sim alguma coisa. Mas ele também se sentia preocupado com ela, aquilo era muita maldade e tinha uma ideia de quem deveria ter feito aquilo, sabia quem tinha feito antes com outras pessoas, por motivos egoístas. Tinha pegado pesado, isso era demais! Cartazes humilhantes pela escola? Mensagens ofensivas?
Quando o sinal tocou anunciando o recreio, ele mandou uma mensagem para , mesmo tendo sido ignorado em todas as outras que mandara, ele tinha esperança que aquela ela responderia. Precisavam conversar, ele precisava esclarecer coisas. Não queria magoá-la e se isso significasse ter que ver abraçado com ela e se ele for realmente apenas amigo dela, ele aceitaria numa boa, afinal, foi por essa pressão que resolveu terminar com , bom... foi um dos motivos.
Só que ela não leu.
Não sabe o que aconteceu, ou como isso aconteceu. Ela só ficou sozinha na sala depois que todo mundo saiu. Bateu uma sensação de desespero. Parou de escrever e guardou as coisas. Maldita hora que se distraiu terminando o dever da próxima aula! Quando terminou de juntar tudo e saiu da sala, algumas meninas do time de futebol feminino da escola estavam lá. Ela se sentiu mais assustada do que deveria.
E tudo começou.
Ela não queria ouvir nada do que ouviu. As risadas, as ofensas, o ódio gratuito... ela só se perguntava o porquê daquilo tudo. Aonde aquilo era divertido, porque não fazia uma graça.
Ignorou.
Segurando o choro e se fazendo de forte ela saiu da sala e foi para o pátio. Alguns alunos viram o que aconteceu. Alguns alunos se sentiram incomodados com aquilo. Ninguém fez nada.
Já com o choro preso e a máscara posta, foi onde as amigas dela estavam, deixou as coisas e foi buscar a bandeja de lanches. Continuou comendo suas frutas e seus sucos, que de repente deixaram de ser a escolha de alguns alunos. Em vez de comerem, como a maioria, passaram a comprar seus lanches com o argumento de que eles não precisam daquilo, eles têm grana. "Isso é para os menos afortunados...", "Tão legal o trabalho de dar educação para os pobres, essa deve ser a única comida que ela come" eram o que diziam.
— – disse uma menina que pegou uma Pêra ao lado da menina – não liga para eles, tá? Papai é CEO e nem por isso 'to comprando lanches na cantina.
— A questão não é... CEO? Mel! – mal acreditava – você 'ta brincando!
— Não vejo motivos, é todo mundo rico nessa escola! – Se explicou.
— Mas Mel, você é bolsista como eu. Segundo lugar!
— E estudei muito para conseguir. Isso se chama 'Meritocracia'. São duas maneiras de entrar: seu cérebro ou sua grana. Só porque eu sou loirinha e bonitinha não posso fazer a prova?
arregalou os olhos com medo de tê-la ofendido, mas Mel riu e fez com que a menina relaxasse.
— Do carro eu vi você chegar cedo para fazer a prova. Sai aquele dia para falar com você porque te achei legal. Mas por ventura da vida a gente não manteve contato, lembra?
assentiu.
— Eu fiquei preocupada com a , a minha amiga, você tinha dito que estava fazendo a prova para manter a bolsa... pensei que... já conhecia todo mundo.
— Tenho certeza que se soubessem a verdade eu duvido que me tratariam assim. Que te tratariam assim. Você não é pobre.
— Do jeito que eles pensam, não... Mamãe nos mantém muito bem. Mas a questão não é essa.
— Eu sei. Eu não entendo... são esnobes demais! – A Mel deu um beijo no rosto de de despedida e foi ao encontro de alguns amigos que esperavam por ela. foi ao encontro das amigas para comerem no lugar de sempre. Depois que ajeitaram tudo, ela, comendo uma maçã, viu a mensagem que deixou. Não conversava com ele desde do dia anterior na sala, depois do que ele fez e ele tinha mandado várias mensagens.
Resolveu responder.
"Tudo bem, a gente se fala mais tarde na academia? "
Prontamente ele respondeu.
"Tudo bem! "
— Você contou a sua mãe? – tirou do celular e a fez que a encarasse, mas a cara que fez com que a amiga percebesse que ela não tinha dito.
—Você não contou? – Perguntou , indignada.
— É que... Gente... – procurava palavras para tentar justificar o medo de fazer a mãe sofrer por causa dela.
— 'É' nada, ! - Bronqueava - devia estar mais do que ciente! Quer saber? - ela começou a juntar suas coisas.
— O que foi? - Perguntou .
— Vamos falar com a Dona Ângela agora!
e , de acordo, juntaram as coisas e arrastaram para a sala da direção com a menina reclamando de que não precisava e que tudo ia acabar se resolvendo.
— São as nossas atitudes que resolvem as coisas, sua cabeçuda! - respondeu a ela.
Quando estavam perto da sala da diretora encontraram com Mel que também seguia o mesmo caminho.
— Onde vocês vão? - Perguntou Mel ao vê-las paradas em frente a sala da diretora.
— Fazer uma denúncia! - Respondeu .
— Menos , vamos falar com a diretora sobre esse bullying.
— O tempo não podia fechar? - Reclamou .
— Já eu vou fazer uma denúncia sobre algo absurdo e desnecessário que está acontecendo.
— Deixe a Mel ir na frente então gente! - Pediu .
— Calada - mandou - a gente vai falar do caso .
— Todas nós, gata! - Respondeu a loira.
— Vem raio, eu te espero! - Lamentava .
— Iremos juntas então! - deu o veredicto. Bateram na porta e ao ouvirem a resposta positiva, entraram.
— , era a ti que estavas a procurar. - Dizia Ângela com o seu sotaque forte.
— Se não fosse a gente, ela nem estava aqui.
— Mas o que querem, moças?
— Eu vim fazer uma denúncia! - Disse Mel.
— E nós, relatar um problema - disse colocando sentada na cadeira.
— é o problema? - Perguntou a diretora.
— Não exatamente... - dizia - É esse bullying, Dona Ângela! Tadinha da ! Tão pegando pesado com ela por nada!
— Que bom que vieram. Posso falar com a sós?
As quatro se olharam e assentiram deixando a sala.
— Menina ...
— Olha, Dona Ângela, 'ta tudo bem sabe... É que...
— pare de sentir que não tens importância, que isso tudo é uma grande bobagem. Não é. Tu tens de entender e perceber o quão sério é isso tudo. Cartazes que derrubam tua imagem como se fosses um brinquedo que alguns alunos resolveram brincar. O problema é que esqueceram que a direção da Buggard mudou, sou legal com quem deve e sou a 'diretora megera' com quem merece e me parece que esqueceram que a escola instalou novas câmeras no sistema de segurança.
— Diretora, olha, eu não quero...
— , os alunos que fizeram isso serão punidos, e no dia do aniversário do Brasil eu direi sobre isso no discurso de comemoração.
Aquilo deixou a menina duplamente espantada. Primeiro por ter que ver aquilo realmente tomando algum rumo positivo para ela e segundo porque ela nunca viu ninguém comemorar o aniversário do Brasil (nem a autora que aqui vôs digita).
— Eu sei quem são, - continuou dizendo - mas isso será resolvido logo. Temos que voltar a ressaltar os valores desta Instituição, essa geração está perdendo coisas importantíssimas como educação e empatia. Podes ir tranquila, . Eu iria resolver isso antes de tu chegares aqui.
— Obrigada, Dona Ângela! - levantou-se e saiu da sala encontrando as 4 meninas discutindo sobre sua vida.
— Mas ela não faz essas coisas, ela man... ! - Mel se interrompe ao ver a menina - como foi lá?
— Ela disse que vai punir os alunos, disse que isso vai contra as regras da escola e que vai falar sobre o assunto no dia 22 de abril.
— Dia do descobrimento... - disse , pensativa.
— Esse ano é a Ângela no poder! - Comentou Mel - Vai ser magnífico o dia do descobrimento!
Alguns quilômetros dali, Joana tomava o café lendo o artigo que seria publicado na sexta afim de revisá-lo. Quando terminou, resolveu checar seus e-mails e estranhou encontrando um e-mail da direção da Buggard.
— "Cara Sra. Dias... - lia - viemos por meio desta informá-la sobre a questão social de sua filha Dias.
Infelizmente, as notícias não são boas e devemos dizer que passa por constantes insultos que a diminuía dos colegas de escola. Mas ela é apoiada e protegida por alguns amigos.
Pedimos para que a senhora compareça na sexta-feira ou na segunda pela manhã para que possamos discutir esse assunto com mais abrangência na presença de sua filha, dos alunos envolvidos e da Senhora..." - "Por que ela não me disse nada?"
saia da piscina cansada. O instrutor estava fazendo exercícios que melhorava a respiração de . Ela sentou na borda pedindo tempo. Ele deu com um sorriso dizendo que em 15 minutos estaria de volta.
tinha acabado de chegar quando viu submergir e se sentar na borda com os pés na água. Não deixou de reparar o corpo da menina com o maiô. Curvilíneo, com o tamanho proporcional, tudo deliciosamente em seu devido lugar.
Resolveu se aproximar.
Chegou cedo justamente para isso e ele não podia perder um minuto do treino, porque em poucas semanas ele teria campeonato e jurou a si mesmo que ganharia esse ano.
— - ela virou para trás e viu de pé atrás dela. Deixou a bolsa de lado e se sentou junto a .
— O que foi?
— Queria conversa com você, pedir desculpas por ser tão otário.
— Ótimo você já saber disso! - virou seu olha para a piscina de água cristalina.
— Eu sei que fui um babaca, mas te imploro pelo meu perdão.
— Vai ser sempre assim? , não é a primeira vez que você faz burrada e vem me pedir desculpa. Precisa entender que não pode ser tão impulsivo, precisa entender isso logo se não acontece um problema aí e quero ver. Eu gosto de você cara, mas isso ta me enchendo! É ciúmes do ? Somos amigos, . Todos nós.
— Mas ele não quer isso! Você não vê? É mais que isso!
— , deixe que com o eu resolvo? Esquece ele, Ok? - Assentiu, mas sabia que não conseguiria.
— Você... Me perdoa? - Ela ficou quieta uns momentos, ainda estava chateada com tudo o que aconteceu. Com o lance do livro, o que aconteceu na sala. Não era hora de voltarem a amizade que tinham antes.
— Te dou o perdão, mas... Não fica perto de mim por uns tempos, até tudo isso esfriar, até a poeira baixar?
— Então ele... - o encarou com as sobrancelhas arqueadas - Tudo bem. Eu te entendo...
O instrutor voltou e cumprimentou e logo depois incentivando a voltar pra água.
Aquela noite ela chegou em casa um pouco mais tranquila. O instrutor a convidou para um amistoso com a intenção de que ela, futuramente participasse do campeonato interno da academia.
Chegou em casa e viu as luzes acesas e o cheiro de comida quente vindo da cozinha.
— Mãe? - Ela chamou trancando a porta. Era cedo demais para que Joana já estivesse em casa.
— . - Ouviu a mãe caminhando tranquila vindo do corredor. Sabia que estava em apuros. Dificilmente ouvia da mãe seu nome composto. Respirou fundo e olhou em direção à mais velha.
— Bença...? - Pediu com cautela.
— Sente-se, . Deus te abençoe. Precisamos conversar.
se sentou no sofá e a mãe se sentou no outro, virada de frente para a filha.
— Você não tem nada para me dizer não? - pensou na pergunta, no que tinha feito nos últimos dias que desagradasse a mãe dela.
— Não... - respondeu ainda não muito certa.
— Mesmo? Não aconteceu nada na escola - negou com a cabeça - Nada que envolva seus colegas... Não?
Ela se tocou. Sua mãe já sabia de tudo. Não tinha mais como esconder.
— Por que você não me disse nada? Por que você guardou isso? Eu sou sua mãe, , sua amiga. Você sabe... você sabe que pode contar comigo para tudo. ...
A garota estava aos prantos. Não queria magoar a mãe, era a última coisa que ela desejava. Guardou aquilo por causa disso.
— Eu tive medo... - ela choramingava - Não queria que você soubesse, não queria te magoar, eu não... eu não queria que você ficasse chateada por isso.
— Mas, ... você sabe o quão sério é isso? Isso mexe com o seu psicológico! Isso mexe no das pessoas a sua volta, mas a maior prejudicada é você! , você não...
— O que? - Perguntou enxugando as lágrimas.
— Se corta, se bate, pensa em se matar?
— Mãe eu... - "Já quis muito", se segurou para dizer.
— Porque se eu te perder... se eu te perder porque tem gente ridícula no mundo que magoa a minha filha. Se eu perder você para o que o bullying pode trazer, eu não sei o que eu faço! Você é tudo de mais importante na minha vida.
— Desculpa, mãe! Me perdoa! - soluçava.
— Vem aqui. - A filha sentou no colo da mãe - Eu te amo. Não gostei de ouvir isso da diretora da Buggard, você não entrou lá para passar por isso. Não tenho o que perdoar, só não quero que isso se repita. Estou aqui para te ouvir.
— Ah mãe! - Elas se abraçaram - Me desculpe... eu tive tanto medo! Tanto medo!
— Não precisa. Se você pode falar sobre os meninos comigo, pode falar sobre todo o resto.
XIX
Quando as meninas entraram na escola, perceberam que os olhares para cima de não estavam ali. Não porque ninguém mais olhava, mas porque não tinha as pessoas ali. Elas chegaram perto de e , que conversavam e se cumprimentaram.
— E cadê aquele povinho chato? – Pergunto olhando em volta.
— A única coisa que posso te dizer – falava – é que a sala da Dona Ângela 'tá lotada essa manhã, ela quis conversar com alguns alunos referente a umas gravações das novas câmeras de segurança.
— A coisa 'ta ficando séria na Buggard... – Disse Mel se aproximando do pessoal entrando na conversa, enquanto esperava os colegas da sala dela.
— Eu tinha campeonato, ! – Laura, capitã do time de vôlei discutia com no banheiro.
— E eu tenho culpa? – Respondeu dando de ombros passando o rímel nos olhos
— Tô começando a achar que essa merda toda não valeu de nada!
— Eu não faço nada atoa, Laura, e você me devia essa. Ou você queria que eu contasse a todo mundo que você...
— Tudo bem, . JMel!ntendi. Só sei que eu e parte da minha equipe está toda prejudicada, e a gente só pode jogar no mês que vem, isso quer dizer que vamos perder 3 jogos do interescolar!
— Riscos da vida! – terminou de retocar o gloss – mantenha sua boca caladinha.
— 'Ta tudo tão melhor... – relaxando, colocou a caixinha de suco de uva sobre a toalha que usavam para comer.
— De nada – Disseram as meninas sem sincronismo.
— Vocês são as melhores, sério... Não é todo mundo que faz isso pelos amigos.
— , você é do bando e o bando é sempre unido! – disse . Elas se abraçaram. – E gente, eu preciso da ajuda de vocês...
— Fale, ! – virou-se para a amiga pondo o canudo do suco na boca.
— Tem um cara...
O coro de 'AAAAAAAHHH'. Todas deram sua atenção a menina cheia de sardas na frente delas, com os olhos esbugalhados e ansiosas por notícias.
— Ele é legal... a gente anda conversando... ele é lá do condomínio!
— A-M-I-G-A pega ele! – Dizia .
— Menos, – repreendeu – Já pegou?
— A gente se beijou ontem à noite – confessou, tímida.
Gritos se juntaram com o sinal do final do intervalo e ria com a empolgação das meninas.
— Nome?! – Perguntou .
— Ícaro... – Respondeu tímida. Mais gritos.
Ângela e Joana conversavam fazia já 15 minutos sobre o assunto bullying, esclarecendo que os alunos que insultaram a vão ter acompanhamento da psicóloga da escola e que já foi enviado um e-mail para os pais e entrarão em contato por telefone também.
— Isso é ótimo! Eu passei pelo o que a está passando. Eu não queria que minha filha vivesse isso. Que amadurecesse por esse caminho.
— Entendo-te e compreendo que tua filha não merece, nenhuma de nós. Conversastes com ?
— Sim, e ela me contou o que fizeram, do jeito dela, claro. Não quis dizer tudo por medo de me magoar, de falar o que está acontecendo.
— Já estivemos do lado dela, Sra. Dias. Ela é uma menina maravilhosa, ela não fizera isso porque não confia em ti.
— antes de ser minha filha, é minha amiga, Dona Ângela!
Quando a reunião acabou, acabou junto a as aulas das meninas. Esse era o plano: e Joana iriam aproveitar o restante do dia juntas, já que ela recebeu a folga para comparecer a escola da filha.
Joana encontrou a filha conversando com uma linda menina loirinha que estava de braços dados com ela. Quando a viu, sorriu e não saiu correndo como fazia como quando era menor, mesmo que Joana desejasse muito isso.
— Pai! – Isso saiu da loirinha que largou o braço de e correu ao encontro do homem que a abraçou forte.
— A Mel é tão espontânea. – Comentava olhando a cena.
— Deus te abençoe, . – Joana riu e beijou o rosto da filha.
— ! – Chamou Mel – deixa eu te apresentar meu pai!
Joana virou-se em direção a quem a menina chamava de pai e tomou um susto. Um susto bom.
— Oi! - Ele a cumprimentou sem graça e ela deu um aceno com um sorriso.
— Pai, essa é a minha amiga . esse é meu pai, Tulio Orlandini.
— Prazer – respondeu apertando a mão dele – Essa é a minha mãe, Joana Dias.
— Como vai, Sra. Dias? - Mel apertou a mão da Joana.
— Muito bem...?
— Mel – respondeu .
— ... Mel!
As meninas notaram os olhares entre Joana e Tulio. Se olharam e entenderam tudo, eles já se conheciam. Ela era a mulher que o pai havia desabafado na hora do jantar e ele era o homem que a mãe contava confidências no café da manhã.
— Vocês já se conhecem, não é? – Soltou Mel.
— Sim, ela trabalha no jornal em frente ao escritório.
— Tomamos café algumas vezes.
— Eu acho, - dizia – que podíamos todos tomar um café, o que acham? Nós iriamos no shopping, não é mãe? – A mulher balançou a cabeça afirmando. – Ótimo!
— Mas nós iríamos de ônibus, se não for um problema... – Joana olhou para ele com um olhar desafiador.
— Ótimo! – Mel estranhou a decisão do pai, nunca imaginou que ele largaria o amado carro para pegar um transporte público.
— Então, vamos! – Disse as meninas animadas dando o braço e andando até o ponto de ônibus.
XX
No decorrer das semanas tudo ocorreu bem na vida de . As algumas pessoas que implicaram com ela foram pedir desculpas pelas ofensas que fizeram. A diretora e a psicologa da escola os fizeram perceber que é errado humilhar alguém por causa de diferenças, que isso magoa e que se fosse no lugar deles, eles não iriam ficar muito felizes. entendeu e aceitou as desculpas, sabia que não valeria apena guardar magoa deles que faziam algo sem entender que não é normal tratar com naturalidade aquele tipo de atitude.
- Você é incrível, cara! - elogiava a amiga.
- Obrigada! - agradeceu.
- Minha amiga é muito valente! - andou pela cama e se jogou sobre .
- Ah, eu também quero! - se levantou da cadeira e se jogou sobre elas.
- Prepara que lá vai eu! - se jogou também e as 4 ficaram rindo sobre a cama da última que entrou na farra.
A mãe de bateu na porta com os baldes de pipoca e o irmão dela com a cara emburrada logo em seguida trazendo refrigerantes para as meninas. Como cheiro, elas se levantaram rindo e pegaram as coisas das mãos deles. Assim que os dois saíram elas abriram o link do Netflix para assistir um filme.
- Tem que ser um filme que ninguém viu! - Declarou ajeitando o lugar onde iria ficar.
- Ai vai ser difícil, porque você perde a sua vida vendo filme! - tacou uma almofada nela.
- Parece impossível, mas a tem razão. - concordava - Oh ! Depois a gente não vai ter nada pra comer!
- Sempre acaba antes... - ela parou depois que pegou mais um pouco da pipoca.
Elas acabaram vendo 'Simplesmente Acontece' se apaixonaram, se irritaram e choraram.
E a pipoca acabou antes.
Sentaram todas em roda, como fizeram na casa de , mas com mais espaço, porque a cama de era bem maior. contava sobre o menino. Ainda era cedo e as meninas iam todas dormir na casa da menina.
- A gente vai lá fora mais tarde para comprar alguma coisa, qualquer coisa. A gente PRECISA ver ele.
- Não gente... Por favor... vou morrer de vergonha. - enterrava a cabeça no travesseiro.
- Vergonha de que? A gente precisa saber quem é esse garoto! - a puxava.
- Tudo bem! Tudo bem... não posso evitar a loucura de vocês!
- Loucura não! Preocupação! - disse .
E elas foram.
Lá pras 8 horas da noite, elas foram a pizzaria que ficava de esquina ao condomínio de comprar pizza para jantarem.
- A gente passa na casa dele antes ou depois? - perguntou .
- Não passa. - respondeu já começando a corar.
- Na volta, a gente deixa a pizza e volta, chama ele pra ficar na rua, e umas outras pessoas também, para ele não perceber - planejava - ai a gente diz que era pra eles nos conhecerem.
- O que não deixa de ser verdade! Genial! - animava-se .
Chegaram na pizzaria e foi direto falar com o caixa fazendo o pedido da pizza para viagem e as meninas estavam na porta esperando por elas, elas não sabiam que estavam bloqueando o caminho até aparecer um garoto impurrando e que estavam de braços dados.
- Oh grosso! - queixou .
Mas o que mais a assustaram era que aquele garoto parou ao lado de e a deu um beijo no rosto.
- Não! - disse espantada.
- Minha gente! - também estava espantada.
- É ele? - não acreditava no que via
- Ta com cara... - respondeu .
Elas viram que conversava com o tal garoto muito envergonhada. Depois que os dois fizeram o pedido, eles foram até as meninas.
- Gente, esse é o Ícaro. Ícaro essas são , e - ela apresentou respectivamente.
- Beleza? - ele fez um comprimento e virou se para - Gata, posso falar com você?
Ela assentiu e o seguiu.
- Não fui com a cara desse garoto... - colocou as mãos na cintura olhando o casal ao longe.
- Ninguém foi. - disseram e em coro.
No meio do papo deles a pizza ficou pronta, ela pegou e se despediu dele indo em direção as meninas, ela sorria.
- E ai? O que acharam? - as meninas ficaram caminhando quietas - Gente...
- Olha - tentava falar - a gente achou ele meio...
- Um grosso! - foi direta interrompendo - Ele empurrou as meninas e nem pediu desculpas.
- Ah gente... Ele tem mesmo esse jeito bad boy mas...
- É um cara legal? - adivinhou.
- Ele é. - ela disse meio tímida.
- - pôs o braço em volta do ombro dela - o que importa são seus sentimentos.
- E a maneira como ele te trata, é claro! - sorria para ela.
- O importante é que somos suas amigas e que vamos estar do seu lado. E te defender, se ele for realmente um idiota.
- Vocês são as melhores! - sorriu - e eu vou exigir que ele peça desculpas a vocês. Aquele grosso!
- Acho muito bom! - falou um pouco exagerada e fez as meninas rirem.
XXI
Terça-feira. Dia de natação.
abraçou o professor de natação que se tornou um grande amigo.
— ! - ele a soltou - vai se trocar porque tenho uma proposta pra te fazer.
— E agora?! - ela riu e foi fazer o que ele disse.
Quando voltou, viu que estava se aquecendo para entrar na piscina. Ela o olhou mas não foi até ele. Eles se cumprimentaram de longe e ela foi até o instrutor.
— Fala, qual é a bomba?
— Então, você é uma das nossas melhores nadadoras - ela se aplaudiu.
— Isso todo mundo sabe! - se bajulou brincando.
— Com certeza! - ele riu - e é por isso que eu quero que você participe do torneio de natação da academia.
— 'Tá brincando? - ela sorria.
— Não mesmo, senhorita! - pulou alegre.
— Você tem potencial para isso e eu vou te treinar, porque temos outras nadadoras tão boas quanto você.
— Quem sabe eu não bata oficialmente o Record? Dentro de uma competição?
— As chances são boas, você já bateu numa aula, com o treinamento certo você pode ir longe! Mas hoje você vai treinar em dupla. ?
Ele olhou para o professor e caminhou até perto deles.
ficou tensa, pois quando olhou para trás e viu que era com o que ela iria treinar.
— Vocês estão quase do mesmo nível e que bom que pode vir agora - ele dizia depois que os dois estavam parados um ao lado do outro.
Ela deu um sorriso sem dentes para ele que respondeu com um aceno com a cabeça.
— Então, , quatro voltas na piscina depois chuveirada, só para aquecer. Depois, direto para água.
— Certo. - ela fez o que ele mandou e depois foi para a piscina ficar junto de .
— Então, casal, a gente vai brincar muito hoje, mas são brincadeiras que vão testar a respiração, a percepção e a velocidade de vocês, então levem isso muito a sério. - Assentiram. - Estão vendo esses bichinhos? Tem 14 deles espalhados pela piscina em dois tons diferentes de azul. , você fica com o mais escuro e fica com o mais claro, vocês devem ir, pegar um e voltar, podem sair da piscina para olhar. Isso é uma competição!
Os dois saíram da piscina e ficaram olhando para ver se encontravam alguma coisa.
— Um... - eles se olharam - dois... - olharam para os bonequinhos na piscina - três!
Eles pularam e deram tudo de si. Mas quem acabou ganhando foi a porque foi estrategista, pegando primeiro os mais difíceis pois os mais fáceis eram mais rápidos a serem pegos.
— Espertinha! - eles bateram com as mãos. sorriu e a encarou deixando sem graça.
— Uma pausa, 10 minutinhos.
Assim que o professor se afastou, eles sentaram próximos as suas bolsas, pegaram suas garrafinhas de água.
— Sabe que não valeu, não é? - ele disse.
— Claro que valeu!
— Você usou habilidades da sua mãe! - riu.
— Como se você não tivesse usado as do seu pai. O ambiente é bem propicio para isso: piscina, sol, ta calor...
— Pra você também! Competição, estratégia...
Namorado, Record, carinho dos professores, pequena popularidade e feliz. Feliz demais.
Era isso que mais incomodava em relação a , e ela não ligava para . Achava que era imatura demais, mimada demais, enjoada demais e ela não conseguia aguentar alguém assim.
Passou a ignorá-la.
Era impossível não perceber os olhares de em cima de . Ela tinha raiva de uma garota que nunca fez nada com ela. Ela não sentiu, no começo, que poderia ser uma ameaça, até as constantes proximidades dela com seu atual ex-namorado.
— Não é só por causa do - ela se explicava durante o intervalo - soma isso à natação, essa mão que a Ângela passou na cabeça dela, isso tudo que ela acabou se tornando e multiplica pelo fato dela ter nascido.
— Você não acha que está indo longe demais não? - Jane perguntou comendo uma isca de maçã.
— Longe? - riu - o que aconteceu com você Jane?
A morena passou as mãos nos longos cabelos castanhos respirando fundo. Ela adorava a , eram amigas desde muito pequenas e nunca viu a tão possessiva em fazer o que estava fazendo com alguém. Ela sabia que não era porque a garota é negra. O namorado da Jane é negro e eles sempre se deram super bem.
— Eu continuo a mesma... - disse prendendo o cabelo com um lápis.
— Jane, você achava isso tudo divertido, o que aconteceu? - Kelly perguntou.
Jane sabia o que aconteceu com ela. Ela viu que se divertir as custas da magoa dos outros não estava valendo a pena. Mas as amigas não tinham percebido isso, pior, começaram a usar isso contra as pessoas que elas não iam com a cara.
Mas ela tinha medo de perder as únicas amigas que estiveram com ela.
— Sei lá... Deve ser hormônio...
pegou o embrulho de dentro do armário. Era o presente que ele tinha feito para , e ele mal sabia se ela ia gostar ou não, mesmo com todo o incentivo do melhor amigo.
Respirou fundo. Ele não ia desisti de tentar conquistar o coração de .
A esperava no corredor, perto da escada do terraço. Ele sabia que ela e as amigas almoçavam lá todos os dias.
Assim que elas desceram ele a chamou.
— Oi! - ela se virou para ele - !
Ela sorriu fazendo que ele facilmente sorrisse também.
As amigas de deram risadinha e um tchauzinho para ela seguindo o caminho delas.
— Fala... - ela ajeitou a bolsa e e segurou a alça mais forte.
— Eu tenho um negócio - ele ajeitou os óculos, porque as lentes ainda não estavam prontas - para te dar.
— Tão fofinho! - ela disse baixo.
— O que?
— O que é? - ela apontou para o embrulho.
— Eu fiz... Vi que você gostava, tinha uma... Bom, olha! - ela pegou o embrulho da mão dela e o abriu.
— Ta de sacanagem?! - ele se assustou no primeiro momento até que os sorriso dela fez com que isso passasse - E foi você quem fez? Mentira! Por quê?
— Ah... Queria te agradar! Acho que quando a gente dá um presente a alguém sem uma data comemorativa é uma forma mais especial de dizer que gosta daquela pessoa, e que lembra dela. Então, gostou?
— Se eu gostei? Eu amei! - ela o abraçou tão forte que quase o derrubou!
— Que bom!
— Vou no encontro de semideuses com ela - ela virou a blusa do acampamento meio-sangue que ele fez a mão e viu o número do chalé de Athena. - Você é muito maravilhoso! O que eu faço com você?
"Me beija!" ele pensou.
— Tenho que ir para sala. - ele disse olhando no celular - até depois, !
Ela sorriu como boba e foi em direção a sala dela e quando se sentou mostrou a blusa a que estava sentada do lado dela.
— Esse ai acertou!
XXII
No fim de semana saíram , , e se encontraram na praça no final da tarde para conversar e tomar um sorvete. Estavam se divertindo como no dia que passaram na praia.
- A gente riu muito no final das contas...
- , você acha mesmo que é uma boa escolha? - dava uma colherada no açaí.
- Encontrar com ele a noite... Isso é perigoso. - alertava.
- Eu sei gente... Mas está tudo tão difícil...
- Não é porque ele esbarrou na não, mas eu não vou com a cara dele...
- Ah, para ! - a repreendeu - Olha, eu te acoberto, mas marquem algo lá perto de casa, tem uma pizzaria ótima que não é cara, você fala para os seus pais que vai dormir lá e dorme depois. A mamãe não vai estar em casa, então fica de boas.
- ... ... - ainda estava preocupada.
- Vai dar certo. - afirmou.
- Meu amorzinho! - chegou com o amigo beijando o pescoço de a abraçando. O sorvete quase pulou para fora, mas ela engoliu, se virou e beijou o namorado. cumprimentou as meninas e deu um aceno para que ainda matava saudades de , afinal, não se viam desde o fim da aula do dia anterior.
reparou que estava diferente, não era o sorriso enquanto conversava com , não era o cabelo que estava mais brilhoso, era a camisa.
- Camp half-blood - ele leu em voz alta e levou a garota olhar para ele no mesmo instante.
- Foi feita a mão! - ela disse com orgulho olhando a blusa.
- Você quem fez? - Ele perguntou esperançoso que a resposta fosse sim, mas...
- Foi o ! Ele me deu essa semana, eu simplesmente adorei! Eu não tinha!
- Ah... , legal! Ficou maneira...
Ela era todo sorrisos e ele ficou sem graça.
- Vou tomar um sorvete... - se despediu indo até a sorveteria ali perto.
não sabe o que deu nela, mas se levantou e foi até ele, atravessou a rua e esperou um pouco longe do balcão até que ele pegasse o pote.
- ... - ela o chamou enquanto ele abria o freezer.
- Oi? ? - ele se virou para ela que sorriu.
- Você gosta dela?
Foi pego de surpresa. Uma das melhores amigas da garota que ele ta afim pergunta isso direto para ele.
- Eu... Ah...
- Pode falar... Só vai confirmar, mas eu quero certeza. Não quero que minha amiga se magoe e nem quero que você fique mal. Se você for o cara para ela, antes eu quero saber de você, você gosta dela?
- Gosto, e eu nem sei como é isso. É estranho e diferente, foi quando eu bati o olho nela. Me privei por causa da , mas a foi o ponta pé para muita coisa na minha vida, ama-la está sendo uma... Então, sim. Gosto muito dela.
- Olha, eu não vim te dar esperanças, eu quero te dizer - ela dizia com a voz suave - que a minha amiga não é um troféu. De longe eu acompanhei seu namoro com a , e entendo que o que você sentia por ela passou, mas ela não é a .
- Eu sei, , é por isso que eu gosto tanto dela. Ela não é como a .
- Mas você continua sendo o .
Ela se foi. Atravessou a rua e sorriu para . colocou o pote na balança olhando ir. Ficou magoado com o que ela disse, o fez pensar sobre o que sente por .
chegou na praça de bicicleta com , que estava no long dele fazendo manobras. Pararam perto do pessoal e cumprimentaram todos. e ficaram distantes para conversar sobre um trabalho que iriam fazer no dia do Brasil na escola. Eles tinham uma banda juntos e a ideia era tocar diferentes musicas e estilos, puxando das musicas mais antigas as musicais atuais.
tentou não ficar desconfortável com a presença dos dois meninos olhando de uma maneira estranha para ela. Ela não sabia o que sentia por eles. Era diferente com os dois, ela gostava dos dois, mas não sabia definir o que era aquilo, se era amor mesmo, ou se era algo passageiro.
Preferiu ficar conversando com sobre o plano de ver Ícaro, que ainda não tinha engolido, ela sentia que alguma coisa ia acabar dando errado. Ela não confiava no crush da amiga, não o via com bons olhos, como era com e em relação a ou com o , em relação a . Ela simplesmente não o engolia. Estava preocupada.
- , porque está tão quieta hoje? Você não é assim... - preocupava-se .
- Não sei... É esse Ícaro... Não fui com a cara dele e pensar que ele e a vão passar algumas horas juntos me preocupa.
- Também a mim. Sabe, ela é ingênua, só tem 14, é tão doce... Se ele magoar ela... Ou se ele fizer qualquer coisa que a machuque, juro que corto o pinto dele fora!
- !! - riu.
- Sério! Vocês são minhas amigas e eu não perdoaria nem teria piedade com quem ferisse vocês.
- Então, bata na mesa lá de casa, porque meu mindinho ainda ta doendo! - elas riram e se abraçaram.
Quando escureceu, achou melhor ir para casa, tinha algumas coisas para fazer ainda e tinha que arrumar a mala para sair com o pai no dia seguinte.
- Gente, eu tenho que ir. - disse indo até a bike - Minha mãe mandou mensagem... - revirou os olhos, mas se assustou quando ouviu.
- Me leva pra casa? - vindo da boca de - também tenho que ir.
- Claro! Sobe aqui! - ela se despediu das amigas e montou no braço da bike dele, ele deu um cheiro no cabelo dela e andou até a casa dela.
Ela se sentia confortável com ele. era divertido. Ele ficou feliz por vê-la com a blusa que ele a deu, com um sorriso nos lábios ele parou em frente a casa dela.
- Linda blusa! - falou assim que ela se virou para ele para se despedir assim que desceu da bicicleta.
- Gostou? Um doido ai fez pra mim. Passou a ser minha blusa favorita.
- Linda, ficou ótima em você... - eles se olharam e se lembraram do beijo que deram no interior daquela casa. Ele saiu de cima da bike, deixou ela escorada e foi abraçar .
Ela se sentia tão bem nos braços dele, tão segura.
Afastaram-se um pouco e se olharam nos olhos. Os braços de sobre os ombros de . As mãos de envolvendo a cintura de .
E tudo foi por puro impulso.
Ele a apertava na cintura para tê-la mais perto. Ela segurava o cabelo não querendo parar de beija-lo. Um beijo doce e sincero de despedida e que talvez prometia algo a mais.
Eles ainda eram novos para entender tudo aquilo.
XXIII
Era a semana patriota da escola. O grêmio estava enlouquecido indo de cima a baixo para fazer com que aquele ano fosse perfeito. A diretora Ângela dava todo apoio para os estudantes naquele momento, não havia testes ou provas aquela semana, mas tudo na escola teria que ser voltado ao país, ao Brasil: cultura, história, política, ideologias, religiões, economia... Uma das metas da Buggard é fazer com que os alunos saibam e entendam seu país e a situação que ele está, de maneira imparcial explicam sobre esses assuntos e ensinam a dar valor a cultura e tradições regionais.
— Está linda essa escola verde e amarela! — Comentou entrando no colégio com as amigas.
— Isso é só a entrada — falava Mel, que participava do comitê de cultura — cada Ala da escola é uma região e a gente tentou dividir em estados, a Ala 3 que fica o pátio, quadras e tudo mais, ficou com o nordeste, afinal, são muitos estados.
— E tem comidas típicas? — perguntou ansiosa querendo correr para lá se tivesse acarajé.
— Nos horários das refeições que nos foi permitido. — respondeu a representante.
— Quem vai aproveitar mais são as crianças que ficam aqui o dia todo! — disse .
— Eu estou amando tudo isso! Minha escola está linda representando meu país! — , patriota que só, se maravilhava — E ainda é segunda-feira!
— Terá toda uma festividade durante a semana sobre as 5 regiões do Brasil, mostrando a história, heróis, comidas, culturas, tudo um pouco. — Mel explicava mais — hoje é o Sul!
— Meu Deus, que incrível!— pulava de alegria. No ano anterior, com a direção antiga, não tinham feito muita coisa, foi apenas o hino sendo cantado, um cardápio diferente na hora das refeições e trabalhos nas salas. Esse ano ela vê a oportunidade de compartilhar as histórias dos índios que o avô dela sempre contava.
— Ainda tem o fechamento que é no sábado. De verdade, gente, Abril nunca mais na minha vida! — Mel desabafou e com pena, lhe deu um abraço.
— Fica assim não... — consolava e Mel se aconchegava no abraço — a semana já está acabando.
— Mas parou o drama, que ainda tem muita coisa para acontecer nessa escola! — animou as meninas e entraram na escola.
— Tudo bem... tudo bem... — tinha suas ideias pipocando na cabeça e estava pronta para contar a Kelly. — o grande auge de tudo vai ser no sábado, que vai ter as apresentações de banda, de dança, competições e o fechamento.
— E vai ser nesse dia que vamos agir. Tenho ideias... se a gente fizesse deixar cair comida em cima dela no horário do almoço?
— É bom, mas tem que ser algo grande, e que a gente saia ilesa. E se a gente colocar alguém nisso essas pessoas também devem escapar. Ela tem que achar que é o pior dia da vida dela.
— Pense em algumas coisas junto comigo, e maneiras da gente escapar, é claro! Vou falar com Jane! — Kelly pega o celular para chamar a amiga, mas a impediu.
— Vai fazer isso nada! Jane 'ta estranha... O namorado dela tem conversado muito com ela. Ele brigou com ela da outra vez, lembra?
— O Edu é um chato, isso sim! Tantos garotos...
— E é por isso que a gente vai deixar ela fora. Eles só podem atrapalhar mais. Temos que resolver nós por nós mesmas.
As aulas aquela semana haviam diminuído para que os alunos apreciassem as festividades na escola e que houvesse a interação proposta para eles sobre o Brasil. Os alunos do 3° ano apresentavam trabalhos para os alunos e professores. Na hora do almoço comidas típicas da região estavam sendo servidas para os alunos da escola. e suas amigas se esbaldaram no churrasco, arroz carreteiro e outras comidas e doces comuns na região sul do país.
— Isso esta tão gostoso! - Elogiou com a boca toda suja mordendo a carne suculenta que segurava com a mão sem pudor algum.
— ? - chamou a amiga que tirou a atenção que estava no prato e olhou para ela - É essa noite.
ficou mais próxima para que as outras meninas não a ouvissem.
— Você tem certeza? - balançou a cabeça afirmando.
— Então, eu vou ajeitar as coisas lá em casa e segue o plano de antes. Vai dar tudo certo.
— Não conta para as meninas, eu sei que elas não gostam dele, mas eu estou apaixonada! Sinto que tenho que dá uma chance a isso, mesmo que talvez não dê certo, ou que ele me magoe, não sei...
— , a gente tem que passar por tudo que a vida nos coloca para viver, não devemos fugir de sentimentos, só senti-los. E se nada der certo fica o aprendizado, tudo é para aprendermos alguma coisa.
— Já que é assim, me diz o que você aprendeu com essa tua história de e ? Você está ficando com o e o parece que foi para escanteio.
— Eu não sei... não sei o que eu aprendi ainda. Eu me sinto atraída pelo , não posso negar, mas o ... Sinto um negócio na garganta que vai pro peito, e tem umas coisas na barriga. Não sei o que é. Se é certo, se não é nada e o que eu sinto pelo é. Não sei o que aprendi, acho que ainda estamos estudando.
— Quero ver se a gente se ferrar nessa história toda, . Eu tenho medo.
— Teremos uma a outra. E essas malucas que nós chamamos de amigas.
— Elas vão querer bater na gente! Isso sim! - Elas riram e e perceberam.
— O que foi? - perguntou de boca cheia e depois limpo com as costas da mão.
— Você é muito porquinha, ! - a zoou dando início a uma sequência de zoações que vinham de suas amigas.
— Muito engraçado! - Ela puxou um guardanapo e se limpou e acabou rinto também.
Mais tarde na casa de , contava ao amigo a conversa que havia tido com na sorveteria.
— Ela tem razão. - bufou - Deixa eu explicar!
— , eu mudei. - fez que não.
— Esse é o problema, você vem mudando muito. , eu sou seu amigo desde o jardim de infância e te conheço e vi todas essas suas fases. A pior delas foi quando você começou a namorar com a , você não gostava dela, você aprendeu a gostar, e as coisas não são assim.
— E como seriam, afinal?
— Seu burro! Você tem que sentir no seu coração que você gosta da pessoa. Gostar de alguém para ter um relacionamento vai muito além de uma atração, ou um frio na barriga, ou umas coisas boas. A gente não namora ninguém para "ajudar em problemas", para isso existem os amigos.
— está te fazendo um bem danado...
— Cala a boca e deixa eu continuar. - Ele o interrompeu - Ela está me fazendo um bem danado justamente por causa disso. Eu e a não estamos completando nada, ou tapando um buraco, ou estamos namorando por status. Estamos juntos porque o que sentimos é bem próximo ao que o mundo chama de amor. É mais forte que amizade, é mais real do que umas ficadas, é algo que nós achamos que só vamos sentir um pelo outro. E eu acho que é esse o objetivo quando se começa a namorar alguém. Você não tem duvidas, ninguém te conta e é a vida que te dá. Cada um no tempo certo, aquele não era o teu. estava passando por uns problemas e você queria ajudar, você foi ficando mais próximo, a pediu em namoro, o avô dela morreu e você sentiu a obrigação de estar ali. Você precisava, não como namorado, mas como amigo. E suas atitudes mudaram junto.
— Eu amadureci também , eu iria mudar, você mudou e eu também. Não sou o mesmo .
— Eu sei, mas você já parou para pensar em você e em suas atitudes? Pensou o quão rápido foi isso? Não sou a melhor pessoa dessa terra, temos ainda muito a aprender, mas pensa nisso cara.
— Achei que a gente iria jogar. - bebeu o refrigerante sentando no sofá.
— A culpa foi toda tua que puxou esse assunto. - ligou a tv e o jogo.
— Eu gosto da , mas não sei dela... Ela as vezes se mostra tão ali, e outras tão ausente. E depois daquela conversa com a eu nem sei mais. Me deixou mais confuso em relação a ela.
— Cara, - parou o que estava fazendo e olhou para o amigo tendo a atenção dele - se ela for para ser sua, ela vai ser. Eu acredito muito no destino. Vai que o amor da sua vida passe por você todo dia e você está correndo atrás das pessoas erradas? A gente não sabe, vai vivendo devagar... No fim, tudo se ajusta do jeito que deve se ajustar.
— Mas hoje o senhor está um filósofo! - fez poses de sério e riu do amigo - Obrigado, cara.
— Se der merda, eu vou estar aqui. Saiba disso.
XXIV
Naquela noite, terminava de se arrumar na casa da para se encontrar com o garoto que ela estava apaixonada. Ia ser um encontro simples: Um sorvete na praça, uma conversa, uns beijos. tinha tudo idealizado na sua cabeça.
— E se fizer frio? - Ela perguntou a que soltava o ultimo bob do cabelo dela.
— Calma que não vai, vai ser perfeito! E eu espero que ele te trate bem.
— Ele é um amor, ! Capaz de eu sentir frio e ele me emprestar o casaco! - Ela sorriu alegre!
— Para de criar muita esperança, ainda estão no começo disso tudo, vai que dá errado - pensou nessa hipótese guardando as coisas.
— Vira essa boca pra lá! Vai dar tudo certo!
E ela saiu exatamente as 19h da casa de com a intenção de encontrar com Ícaro as 19:20. Chegou a praça as 19:15h. Deu a hora marcada e ele ainda não havia chegado. Ela mandou uma mensagem.
: Ícaro, vc já saiu? Eu estou cheguei.
A mensagem chegou, foi visualizada e dois minutos depois foi respondida
Icaro: To chegando
Ela resolveu esperar mais um pouco, mais vinte minutos pra ser mais exata e mandou uma nova mensagem a ele.
: Onde vc ta? To te esperando aqui.
Três minutos depois...
Icaro: Eu estou quase ai, pera.
: Vc já saiu de casa? - Ela já estava preocupada e estranhando a demora.
A mensagem só foi visualizada.
10 minutos depois ele chegou.
— ! Oi! Desculpa a demora. - Ícaro estava um pouco suado, nada muito exagerado, só umas gotinhas na testa, mas sem o cheiro pôs banho, aquele de sabonete não tinha nele. Ele a cumprimentou com dois beijos e sentiu o aroma ainda do sabonete liquido de frutas vermelhas que ela tomou banho para o encontro.
Ela não ligou muito, mas estranhou. Segurou a mão dele e o seguiu até...
— Aonde vamos? - perguntou ela andando com ele saindo da praça.
— Vamos nos encontrar com uns amigos. Um show bem legal até.
Ela sorriu animada. Aos 14 anos nunca tinha ido se quer a um showzinho de praça ou algo assim com os pais, e ele estava a levando para um show!
Chegando lá, se obrigou a buscar por mais segurança na mão de Ícaro. O evento era gratuito e estava bem lotado. Ela se sentia perdida e desconfortável porque nunca esteve num lugar parecido como aquele, nunca tinha visto pessoas como aquelas, nunca tinha sentido odores que estava sentindo.
— Cheiro estranho. - Ela pensou alto andando de mãos dadas com Ícaro.
— Deve ser da maconha... - Ícaro falou tranquilamente e isso assustou .
Maconha?
Ela nunca teve preconceito. sempre procurou pesquisar muito sobre as coisas que ela tinha duvida ou não conhecia. Descobriu o bem que a erva fez a muita gente, mas nunca esteve perto de pessoas que fumassem.
"Acho melhor eu ir pra casa", pensou, mas o pensamento se perdeu quando Ícaro parou e a apresentou para os amigos e ela ouviu.
— Então você é a famosa ?
— Ela é linda! - Disseram uns amigos de Ícaro que pareciam ser mais velhos que ele.
— Senta ai, garota! - Disse uma garota branquinha com os cabelos mel com umas tranças e couro enfeitando o seu cabelo.
via série tranquila na sala de estar da casa dela, era uma que tinha acabado de sair dos livros favoritos dela. Pelo Whatsapp ela conversava com que via simultâneamente com ela aquele episódio em questão, mas no momento ela prestava mais atenção do que realmente falava com ele, assim como ele fazia lá da casa dele.
Eram 22h quando começou a se preocupar dom , ela ainda não tinha ligado, não tinha mandado mensagem e nenhum sinal. E ela dissera que iria avisar quando estivesse faltando 20 minutos para as 22h. sempre foi muito pontual.
Resolveu ligar para quem seu coração exigiu que comunicasse para vê se a encontrava.
— Aconteceu alguma coisa? - Ele respondeu assim que ela pediu por socorro.
— Ela disse que iria me ligar, mas até agora nem uma mensagem.
— Ela deve estar se divertindo, não viu a hora passar. Você chegou a mandar uma mensagem? - Ele estava tentando acalmá-la. Mas estava ficando tão preocupado quanto ela.
— Não! Que cabeça a minha! Já te ligo.
Ela desligou o telefone eufórica e ligou para . Chamou até cair na caixa postal, mas na segunda vez ela atendeu.
— Garota, porque não me avisou?
— Você pode vir me buscar? - estava com a voz chorosa.
— Agora mesmo. Onde você está? - Após receber a localização, retornou a ligação para quem havia ligado antes.
— Não é muito longe - ele dizia - dá para irmos a pé.
— Eu pego minha bike e você pega a sua, quero tirar minha amiga o mais rápido de lá. - trancava a casa e tentava colocar o casaco falando ao telefone ao mesmo tempo, só conseguiu colocá-lo quando chegou em frente a bicicleta. Saiu de casa em disparada passando pela casa de quem falava ao telefone e seguiram em direção a festa.
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Os dias de festividades foram passando muito divertidos, primeiro porque quase não tinha aula, segundo porque as meninas 'visitavam' e amavam cada evento que mostrava a cultura dos estados brasileiros. Criou até certa curiosidade entre as meninas de visitarem alguns lugares que mais a chamaram atenção.
E aquele dia era o dia mais esperado de todos. Os estudantes iam celebrar, após a apresentação do suldeste, região onde eles moravam, todos os estados com danças e musica e apresentações.
— Esse é o dia mais legal de todos! - Mel estava saltitante e empolgada - Eu preciso de ferias depois disso.
— Mas depois disso não tem a festa Junina? - Lembrou andando de braços dados com a mais nova amiga.
— Não me lembra dessas coisas, eu quero mesmo é saber de Julho! - elas riram e se despediram assim que Mel encontrou o pessoal do grêmio.
viu ao longe e conversando. costuma ser muito sensível e transparece isso com muita facilidade. Ela foi ver o que tinha acontecido.
—... E agora ele está aqui. - Ela ouviu o final desse desabafo.
— Ele quem, ?
— Ninguém. - Ela respondeu correndo, mas não era boba.
— Ninguém quem? Ou não quer me contar?
Aquele se tornou um impasse para . é a melhor amiga dela desde quando entrou na Bulggard e ela devia contar. Na verdade ela estava mal por esconder aquilo dela desde o começo, mas sabia que assim que contasse iria se enfurecer.
— Ícaro - contou. Se se sentia mal, se sentia pior por ter acobertado aquilo que aconteceu a poucos dias atrás e esconder aquilo já estava a consumindo ela precisava falar e ninguém é melhor do que para saber disso.
— O que aconteceu? - se preocupava - Ela não...? o que aconteceu?
começou a chorar nos braços de .
— Eu explico tudo, não esta em condições de falar alguma coisa. Vamos encontrar a que eu explico para as duas de uma vez só. Depois a gente fala com a Mel, ela também vai estranhar tudo isso, talvez pode até ajudar.
— ... e vamos distribuir açaí para toda a escola. - Mel dizia os últimos detalhes tanto para a Diretora Ângela, como para os alunos e algumas pessoas que estavam trabalhando ajudando na organização.
Eles levaram grande parte do açaí por trás do palco onde já estavam se apresentando uns alunos dançando samba de gafieira, todos os alunos da escola estavam ali empolgados. Ao redor do palco tinham varias barracas de pinturas corporais, penteados, fotos e outras atividades para os alunos.
— A escola está toda aqui. - animava-se .
— Vai ser perfeito! - Kelly alegrava-se junto a ela.
— Essa garota vai ver o que é bom. Já falou com ele?
— Estão todos mais do que prontos - Confirmou Kelly.
, e caminhavam até o bebedouro mais próximo delas que infelizmente ficava do outro lado de onde estava o palco no meio do ginásio, o caminho que elas passariam que não iria chamar a atenção de ninguém era por trás, e por lá elas foram, mas ao longe viu com seu namorado e aproveitou o momento para chamá-la, avisou as meninas e foi falar com ela.
Tudo poderia ser entendido como um simples acidente.
Foi rápido, pouquíssimas pessoas viram como aconteceu, todas viram o resultado final.
Um simples acidente.
— Vem amiga eu te ajudo! - Mel estendeu a mão para que prendia o choro, ela acabou escorregando e caindo de lhos também.
— Meu Deus, LIA! - saiu dos braços de seu namorado e foi em direção a amiga.
— Aconteceu alguma coisa. - parou com suas lágrimas tendo um sobressalto.
— . - conseguiu ver de alguma maneira por trás do palco.
Um simples acidente.
Penúltimo capítulo.
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ResponderExcluirNão queria remover seu comentário! Juro! Eu e minha mão horrorosa!
ExcluirEnfim... sou filha de Apolo e tu?
Poseidon. Encontrei uma semideusa que é rusher *-* Me abraça? \o/
Excluir~abraçando~ Que o mundo se encha de Rushers e semideuses!
ResponderExcluirAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!! Continua!!! tá muito perfeito :3
ResponderExcluirCoooontinuuua pfvr
ResponderExcluirContinua!!! Como assim vc tá a 2 meses sem atualizar? Estou chateada :'c Continua please!!
ResponderExcluirEu sei disso e estou tão chateada comigo quanto você! Mas ainda hoje vai! (i hope)
ExcluirContinua!!! tá muito perfeito :3
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